Fala-se daquele que confia, como sendo alguém que se livrou dos piores defeitos e se tornou a última bolacha do pacote, e pior ainda: se ele confia é por que ele é confiável...e possivelmente PERFEITO!
Pois que este ser ilusório vá à merda junto com Platão, com um embrulho contendo todas as tuas certezas!!! Pois junto desse embrulho ainda colocamos a porcaria da EXPECTATIVA, essa aí faz que torturemos nossos filhos, maridos, esposas, irmãos...deixem esse massacre apenas para criminosos...pois é neles apenas que deveríamos exercitar nossa comiseração.
Pra que confiar? Confiar em que?? Crer que o outro não erra? O confiante está sentando num altar, rezando pra que ninguém mije fora do penico...seja lá o que for mijar fora do penico para este ser onipotente...esse pobre vai passar a vida mirando o mijo alheio e na hora que o seu próprio vazar...quanta frustração.
Eu não entendo por que ainda não confiamos num fato bem simples: SOMOS FALHOS!! Vamos sempre ser falhos e crer numa realidade contrária a essa sim, é extremamente desumano.
No momento em que essa palavra parar de ser exaltada, vai acontecer algo bem natural: realmente não vamos confiar, mas não vamos deixar de viver por causa disso. Não vamos nos atormentar com o fardo de perder o dedo, quando esse maldito anel confiança for abolido.
Sim gente!! Não confiem!!! Em absolutamente nada, ou ninguém!! Sejam realistas que na verdade, não podemos confiar nem em nós mesmos e por isso justamente que nossos caminhos são imprevisíveis.
Normalmente o ser que exalta sua capacidade de crença no ser humano, tem dificuldade de perdoar...sim, o cultivo desta palavra, que pra mim é uma das palavras que não tem sentido pra raça humana, é mais um dos conceitos que tornam as pessoas moralistas, pudicas e via de regra infelizes.
"Perdão": é a palavra que sugiro para substituir por confiança, é apenas disso que precisamos pra nos aceitar e aceitar ao outro.
É com muita vergonha que eu confesso que eu já fui um desses seres que acham a CONFIANÇA essencial, e eu me torturei a cada momento em que senti a confiança quebrada, e a cada uma dessas quebras, eu desci um degrau da minha própria prepotência...e entendi que CONFIAR é para quem se crê divino, perdoar que é humano.
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