quarta-feira, 4 de agosto de 2010

costela


Desculpem queridos, mas me libertei! Descobri que não vim das suas costelas. Não quero carregar o pecado original, muito menos quero esperar o guerreiro voltar, tecendo um enorme tapete que não termina nunca.

Entendi que todos nós carregamos grilhões invisíveis, e cerramos os olhos todas as vezes em que um filho nasce e consentimos que esses grilhões até se multipliquem.

Entrei em um estado, em que eu compreendi que 95% do que falo, não vem de mim, vem dos meus pobres antepassados, que lutam dentro de mim para que eu possa libertá-los. E conhece-te a ti mesmo, falou claramente o nosso profeta, cujos forças foram massacradas por aqueles, que tiveram a falta de decência de ilustrar Jesus matando Hades, e libertando a todos do inferno, mostrando que sempre temos apenas 2 saídas e 2 forças opostas, duas torres a serem bombardeadas. Eu tenho, como a todos vocês, um vasto universo interior, disposto ao um novo Big Ben para separar todos os meus independentes fragmentos que foram forçadamente acorrentados uns aos outros.

Além de não ter vindo da costela, não vou permitir que Atenas me puna, e faça com que a essência dos meus olhares, transforme os homens em pedra. Tenho dentro de mim todas as guerreiras, todas as deusas da mitologia, todas as prostitutas de Pompéia, Oshóssi e Yansã, Santa Barbara e Santa Clara, Maria e Madalena, minha avó e minha mãe...todas que morreram decapitadas, degoladas ou esquartejadas. Elas estão aqui e não querem mais se calar. As que apanharam, as que se prostituiram, datilógrafas, professoras e além da Joana, vou tirar a vocês todas da minha fogueira.

A fogueira abrandada mais ainda existente... a fogueira mais competente por se fazer de invisível, não me coloco mais a disposição para o segundo plano.

Sim, eu posso estar enlouquecendo, pois na fervura das minhas idéias, expulso de mim todos os personagens ruins que me inflluenciam, tudo que me faz andar sentindo um enorme peso nas pernas. Descobri que o nosso protótipo teste, tinha asas, que foram podadas vagarosamente em cada passagem da história, a omissão deste fato, faz de mim uma réptil, uma cobra, e se isso acontecer, eu volto, e encorajo novamente a nova Eva comer a maçã, esclarecendo que está ainda dentro dela, o paraíso.

Animus




Eu acordei triste e fantasiei ser viúva,
ele compreendeu e se fez ressucitar.
Na alegria virei rainha
ele como bobo da corte
idealizou um momento palácio-lar
Chorei e ele virou minhas lágrimas
Cantei e ele só dançou
Solucei e ele foi meu lenço
Ele com raiva virou um leão...
e eu a leoa sem pestanejar
virou mendigo
e eu fui junto esmolar
virou pedra
virei ar
virou peixe
virei mar
e por aí vamos vida a fora
ele homem crescendo
eu mulher a voar




Ensaios



Norman começa a agir de acordo com o que considera ser “sua principal iniciativa”, aquelas que cessariam todos os problemas: parar de fumar maconha, e ser monogâmico.
O seu egocentrismo, e talvez ignorância, não o permitiu a contemplação de um conflito como um todo: passado, presente, futuro, culturas, complexos de dois seres.
Paro por aqui a minha explanação sobre o capítulo (Ensaios de Sobrevivência – Daryl Sharp) para falar o que eu senti. Senti que não sabemos o que é amor. Damos esse nome a uma projeção de nem sabemos o que. Não refletimos e não temos cultura interior. Somos simplistas e superficiais.
Procuramos o casamento pela nossa cultura, e nossa cultura nos faz acreditar que a função do casamento e de nos completar e nos sentirmos “inteiros”, e como ser inteiro se grande parte de nosso potencial está resguardado em uma grande caixa de ferro, cujo apenas os sonhos e as neuroses têm poder de abrir, e nesse sentido, a frustração é constante, por ser impossível a associação de dois elementos infinitamente mais complexos do que simples enzimas, o que prova, que acima de tudo e em contraponto com nosso egocentrismo, gritamos com pequenas atitudes: somos simples e banais! Na cegueira total de que todo universo exterior, é uma projeção do nosso interior. O simples exercício é amar até o que não é nossa projeção. Creio que isso só é possível, quando nos conhecemos profundamente, dissecamos nossas forças, medos, complexos e prazeres como um todo, para que nosso ego não aja como um simples espelho, que só quer refletir o que temos por dentro.
Lembro que no fim do meu primeiro casamento, um sonho me encorajou a me separar, chegando a me dar uma sensação física de liberdade, sonhei que um “Padre”, cortava uma corda que me amarrava a ele, e lembro que senti isso fisicamente, sorrindo como se estivesse voando.
Estou entendendo agora, o quanto nossas forças mentais cultuadas, nos arrastam para que sejamos seres simbióticos, e como, a pobre mente, se esforça, grita e até nos dá remédios para essa libertação.
Se o amor pode até vir a ser um problema, a cultura do conhecimento psíquico, pode ser uma libertação. Precisamos procriar. Precisamos nos unir, montar família. Como apagar toda história de vícios que nos levaram a crer que esse conjunto esdrúxulo de regras, chamado “Moral” é a única força que perpetua nossa espécie? Essa simbiose nos foi útil para manter o fogo, descobrir a roda, aquecer do frio, manter a caverna e suas atividades que eram regradas pela força física necessária (hoje inútil), evitar infecções e morte de uma fêmea grávida...hoje somos independentes. Fica a pergunta: Somos? Até que ponto? O que é ser inteiro?