Minha palavra ainda chora suavemente, eu olho ao redor e vejo tudo ser destruído,o caos do mundo que ainda não cessou, seres são dizimados, mundos subvertidos, mas minha palavra ainda chora suavemente.
Não entendo como mastigam e cospem as palavras como um bagaço da fruta, o nosso mais antigo instrumento de defesa, nosso primeiro pincel, o primeiro som do nosso gozo, e ela que podia mudar o mundo e não entendem ... mesmo assim minha palavra ainda chora suavemente.
Eu vejo e sinto coisas, que me dão vontade de gritar, atos que são descritos como os normais da civilidade, bichos feridos, luzes apagadas, sistemas corrompidos, mesmo assim minha palavra ainda chora suavemente.
Basta eu fechar os olhos e ouvir alguma música, que a naftalina do mundo se dissolve em sublimação, e o Universo passa a ser meu, e nesse momento, minha palavra ainda chora suavemente pelas crianças envelhecidas, pelos adultos que não cresceram, pela ignorância humana, pela cegueira...minha palavra suavemente chora.
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