terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O som do silêncio

Não discrimine o ócio
que um dia pode ser seu!
O que aparenta morto
ou transpira tristeza
é carcere de plebeu
que caminha pra realeza
Sem pena do homem cabisbaixo!
Não rogue pelo que ele perdeu!
No aparentemente sinistro
há corpo quieto e mente acesa
dissecando as entranhas do seu "eu"...
Silencia-te durante sua riqueza!
Fecha os olhos e ouve o silêncio!
Reflete sobre o que é realmente "seu"
Ajusta os trilhos!
Pensa no amor de sua mãe
e grite pela paz dos seus filhos!
Peça perdão!
Demonstre para a vida
toda a sua gratidão!
Transmita para os seus amigos
que cada passagem tem um som,
e sempre se encontra um abrigo
na sinfonia silenciosa da reflexão

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sexo e Limites

Os fatos são reais, talvez eu tenha acrescentado com o passar dos anos minhas próprias fantasias...Foi a primeira morte que eu tive contato em minha vida:
Ela pulou do 12° andar, tinha apenas 32 anos, deve ter sido mais ou menos em 1979,escutei a filha contar que quando chegou, o braço dela estava pendurado no balanço, o rosto teve que ser enxertado de algodão para ser colocado no caixão, a filha beijava seu rosto na hora do velório e o algodão colocado pra rechear...afundava...Ouvi: Haviam fezes para todos os lados...o intestino explode na queda....Esses detalhes, ouvi na época com 8 anos de idade.
Poucos anos mais tarde, soube que na época, seu marido a estava traindo, ela começou entrar no jogo, inventava (ou não) histórias para fazer ciúmes, ela, foi literalmente, enlouquecendo, pirando pra valer...até culminar nesse fato. Ninguém sabe até hoje se ela se matou ou foi morta, a filha me disse anos mais tarde, que o pai a trancou no quarto nesse dia, antes do acontecido.
Um pouco mais tarde soube de outras situações onde a traição fazia parte da rotina (tanto das mulheres como dos homens)...soube de histórias dos meus avós, tios, pais...nossa...rotineiro.
Não tem moral da história, não quis dizer que trair leva a morte ou à loucura, mas sim que as pessoas têm que conhecer os seus próprios limites, e os limites daqueles que nos cercam. Sou amoral em comentar que trair é uma opção.Que pode oscilar de destrutiva à terapêutica, dependendo da estrutura da pessoa, de sua educação, independência e etc...principalmente...poupem as crianças...conflitos sexuais, todo mundo tem, devemos resolvê-los da forma que a nossa civilidade restrita permitir,consciente de que é um caminho íntimo, particular...
Hoje percebo que fui sorteada, não conheço ninguém que tenha convivido com assuntos de sexo tão cedo, digo, conviver com histórias de traição, que em mim...doíam muito,dispensando os detalhes dos porquês. Algumas destas pessoas, casais, estão juntos até hoje:
Meus avós morreram um poucos anos depois do outro, lamentando o amor que não se dedicaram, dizia ela: Quero nascer de novo, para comprar uma camisola bem sensual e esperar ele todo dia de noite,...
Meu tios ainda dividem as contas, os problemas dos filhos,  e poucas alegrias.
Meus pais...juntos até hoje, sempre fizeram jogos de ciúmes (que provavelmente lhes causavam prazer), têm uma lista de problemas...mas eu nunca vi duas pessoas com mais afinidade...e hoje em dia...aos seus 60 e poucos anos, não vivem um sem o outro.
Eu, no meu primeiro casamento, o que mais passei foi por traição (aquilo que eu dizia que nunca suportaria...não precisa nem explicar por que).
Conviver com toda essa realidade desde a infância, me transformou numa moralista, e assim permaneci por muitos anos de minha vida, olhando para todos do alto do meu pedestal inalcansável. Eu tinha desejos...principalmente na fase mais precária do meu primeiro casamento, mas os massacrava em algum espaço abandonado da minha consciência, não sei bem se pra poupar a dor alheia ou para me manter no tal pedestal.E também, não tinha mais nada que classificasse o meu ex marido, como um bom companheiro, absolutamente nada, afinidade, carinho, zelo, amizade..não existia nada, sequer uma “traição terapêutica” surtiria efeito, mesmo por que, eu conheço meus limites de auto-aceitação, e trair não faz parte do meu vocabulário conjugado em primeira pessoa. O que nunca foi por exemplo o caso dos meus pais.
Traição, desejo...o que é trair? É burlar as normas, sexuais, pré-estabelecidas em uma relação. Não fui eu quem estipulei essas normas, nem meus pais, tios ou avós...Não foi o homem primordial (primitivo), também, esse não possuía, obviamente essas normas, haviam desejos, e esses desejos eram cumpridos, antes que se tornassem fantasias.
Estatisticamente falando, os homens executam com mais facilidade seus desejos do que as mulheres, e as mulheres, por nem sempre executá-los, são mais fantasiosas.
Ninguém compra uma revistinha de homem pelado pra uma adolescente, é feio...ainda nos tempos modernos, quando o desejo vem, as meninas ainda tem que “imaginar”...a imaginação não deixa rastros, não deixa provas, por isso vamos nos tornando mais sinestésicas, menos visuais.
Mulher quando trai, se justifica (falsamente, pra limpar a consciência) dizendo que não possui afeto suficiente, a meu ver, a falta de afeto, é uma desculpa, uma justificativa pra executar o desejo já pré-existente. Precisaríamos nós dessa desculpa?Tão honesto e real da parte dos homens (de certa forma) trair pura e simplesmente para cumprir seus desejos. Sensato lembrar que somos realmente animais, com pretensão de ser algo maior...por causa do nosso “presente de grego”: A razão.
Parto hoje do princípio, que desejo não realizado vira fantasia, a fantasia é uma realidade inexistente, infinitamente melhorada. Fantasiar e executar essa fantasia, é a mesma coisa que ler um livro e logo depois ver o filme desse livro (o livro é sempre muito melhor), ou seja, nada supera a fantasia.
A maioria das fantasias, só funcionam sendo fantasias, depois de executadas o desejo morre, ou por que foi cumprido, ou por que não correspondeu às expectativas...ou podem até ser destrutivas.
Outra questão: Suporto o peso da fantasia cumprida? Eu não suporto...A tal moça de 32 anos não suportou, muitas outras conviveram bem com ela, algumas até tiraram proveito, aprenderam...fizeram outros sentir dor ou não.
O casamento é uma opção social, que a meu ver, carrega 2 acordos paralelos:
1-Um acordo superficial ou oficial, que é este que a sociedade escreveu para nós, que carrega consigo os conceitos atuais de fidelidade.
2-E um íntimo: Que são as aceitações, os jogos, que os casais vão criando, conscientemente ou não, verbalmente ou não, esses são mais direcionados pelos nossos instintos do que pelo “homem social” que construíram para nós. Esse acordo é o “Perturbado”, e leva fama de desonesto, por que este é o que te impele a trair, a cumprir o desejo ou oscilar em cumpri-lo, ou criar artifícios para cumpri-lo sem culpa.
Desci do meu pedestal depois que cumpri alguns dos meus desejos...os decodifiquei, e sei hoje, manter minhas fantasias e desejos, num lugar cômodo e consciente. Me mantenho satisfeita...isso é importante...a satisfação têm que prevalecer de alguma forma, sexual e afetivamente falando.
Mas procuro compreender, aceitar, não julgar ou exigir como antigamente.
Não suporto comentar sobre “homem e mulher” de maneira simplista como num livro de auto-ajuda...patético comentar do excesso de sensibilidade feminina e dos protótipos de machismo, se não somos iguais, hoje, é por culpa nossa...se as diferenças se iniciaram por que a maternidade, primitivamente era responsabilidade feminina, hoje, tudo pode ser evitado, mas preferimos ainda criar nossos filhos de forma diferente, por que assim aprendemos...
Ensinamos eles a serem sociais, sociáveis, educados, comprometidos sexualmente...e não sabemos até hoje lidar com os nossos próprios instintos de forma amoral porém fiel. Fiel sim, as nossas origens, biologia, química...conflito...tão complexo e tão simples se pensarmos que em certa altura de nossas vidas, o que conta, são outros sentimentos e prazeres.

sábado, 14 de março de 2009

Arma ou remédio

Você reflete?
Tudo que penso é libertação:
Ignoro o trivial
E disseco a aberração
Abomino ser fruto cultural
Amo gente pelada
Que não guarda nada
Só o povo da mente safada
Vejo o cego
Grito pro surdo
Ouço o mudo
Eu podia estar gritando
Se tem defeitos é meu amigo
Podia estar me drogando
Do pouco eu não quero nada
Podia estar deprimida
O certo é propriedade do tédio
Eu podia estar chorando
Mas escrever é minha arma-remédio

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um sonho...

Num sonho, na beira de um penhasco, vi o tempo passar. Agarrada nas pedras e com medo de cair , vi civilizações indo e vindo, como se não fosses apenas esses últimos 32 anos os meus, como se não fosse apenas esse meu lugar, como se não fossem apenas esses meus amigos, filhos ou irmão.
Alguém me falava de assuntos os quais não compreendo: geografia, história, política, religião de diversos povos...em um sonho que provavelmente durou segundos, tive a sensação de compreender e fazer parte do universo, tive a sensação de como expectadora ter admirado uma obra completa e ter compreendido sua beleza e complexidade, não me lembro dos detalhes, apenas da sensação de estar chorando, de estar me sentindo pequena por ter compreendido o quanto do mundo eu perdi e o quanto eu não tenho consciência, o quanto virá ainda fora do meu controle...lamentei por todas as descobertas que não presenciei e pelas que não vou ter acesso.
Daqueles sonhos que se contarmos para um religioso, vai ver um fundo transcedental, para o cético , um fundo cientificista, um médico, constatará minha loucura, minha mãe pressagiará minha morte.Acordei e o que tenho de concreto são as tragédias dos meus últimos 32 anos, não as da humanidade...se perpetuou apenas a sensação de ainda estar em um abismo branco, me agarrando nas pedras para não cair, só que no sonho um interlocutor me explicava as coisas e me fazia companhia...prefiro não questionar qual sua origem...ele pode ser uma força ou uma alucinação...pois que seja! Sei que ele é algo que me mantém agarrada nas pedras e me ajuda a não cair, faça ele parte ou não da minha imaginação.

O resto









  












Tudo o que você quer

é a fruta podre
que restou no meu pomar.
Aos teus olhos "grandes coisas",
para mim, só o que me resta a doar...
... Já doei minha alma,
e ela está por aí a vagar,
...já doei meu suor,
só sobraram lágimas no lugar,
...doei de dia meu carinho,
recebi tapas ao luar.
O suco que rejeita,
já se foi na fruta hoje seca...
Tudo o que você quer
é o fruto podre
que restou no meu pomar.
No sumo todo se foi,
minha capacidade de amar.
Leva o resto:
Esse meu corpo,
cuja alma encontra-se enterrada
em algum outro lugar!!!

Instintos

Dissertação comum:- O que é o amor?
Obra de arte, que depende do expectador:
para o pragmático, amor não é sexo,
para o eclético todo amor vale a pena,
para o poético qualquer clichê rimado tem nexo,
para o insensível é algo patético,
pode ser ridículo, cético... vazio,
ter ou não explicação
-Onde começa?- Onde termina?
Pode começar no céu e terminar no chão
Passar do diálogo para o discurso,
e desse, para a discussão (antítese do gemido),
começo do gozo,
início para o monólogo,
estopim do grito!!
A ordem dos fatores não altera o produto:
devaneado pelo sensível
e arma tosca na mão do bruto...

Procura

Me deram essa vida insípida,
me jogaram neste mundo em que me castro,
marcaram em mim esta cara ríspida,
e ainda exigem que eu seja um astro.

Em meu mastro puseram uma bandeira
e me deram regras a seguir.
Quer eu queira, quer não queira,
de mim mesma vão me banir...

Por isso eu fujo de mim,
me escondendo nas noites,
e me envergonho de ser assim...
...ai meu eu!!! Prá onde fostes?!

-Eu fui pra lua,fui à rua,
fui a lugar nenhum.
-Fui em todos os lugares,
não achei amigo algum....

Origem e Destino

Não sei de onde se origina
O que sinto por ele
que é brinquedo de outra menina
mas apesar de tudo
sei pra onde se destina
visto que o amor dele ou não existe
ou é cego, surdo e mudo
Se destina ao esquecimento,
a um breve cruzar de esquina
Como o quadro na parede:
Cores fadadas ao empalidecimento
Mas deixe estar
Todo sentimento amadurece
E fruta madura
Ou você consome
Ou você a esquece

Pode dizer que não

Tanto nega que me deseja,
mas sua boca traidora
insinua para a minha
que sonhando me almeja...
Ah se eu pudesse!!
Deixaria com ela combinado:
provar que seu corpo,
enlouquece ao meu lado!
instigados pela minha boca,
teus olhos te trairiam,
começando um complô
olhando para onde não deveriam...
atravessando as barreiras da roupa
odores cítricos sairiam do seu peito
e outras partes te delatariam..
apontando que não sou louca...
e que vc é humano!
pronto!
Quando o corpo diz que sim...
inútil dizer que não!
O instinto sexual,
não deixa o amor calado,
fala com sua própria linguagem
de torpores, monossílabos...
gemidos sem nexo...
te mostraria seu corpo espelindo a alma
nosso amor materializado
no êxtase físico do sexo!

Carta aos meus desejos e loucuras

Profanos! Quase épicos!Mantenham o disfarce! Me permitam que eu passe o dia-a-dia por trás da minha máscara de santa.
Deixem minha crueldade enclausurada no meu âmago noturno!
Controlem-se para que eu possa sorvê-los dentro da minha “falsa sanidade”!
Limitem-se ao sarcasmo enquanto eu me faço de ingênua ou quase estúpida.
Se aquietem! Junto de vocês tenho que enclausurar minha luxúria e minha inteligência pagã...
Louvo! Pois são pedestal invisível da minha essência.
Tormentos internos e sob controle que me diferenciam dos olhares normais...
Protagonistas da minha egofilia,
Exterminadores do meu tédio,
Companheiros da minha solidão,
Musas da minha criação...
...imploro que se mantenham nessa linha tênue entre meu inconsciente e minha ação!
Não adormeçam, mas não acordem, permaneçam em transição.
Desejos e loucuras, negocio nesta carta que sejam apenas o meu diferencial,
Pois percebo que conspiram para migrar,
Do antônimo para o sinônimo
Da minha própria perdição...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

अ camisola

A elegância são os modos, e não o que se tem, aprendi isso observando a minha avó...pra mim, a tradução de simplicidade e carinho.
No final da década de cinqüenta ela já estava casada e já tinha dois filhos, pobre...morava no Centro de Niterói, porém passados os anos, conseguiu se aposentar como inspetora do Instituto Liceu.
Trabalhando como inspetora, já conseguia realizar seus pequenos desejos de elegância, sempre de salto alto, meia calça preta com emenda...onde passava ficava o cheiro de Fleur de Rocaille, fazia suas próprias roupas como as das melhores vitrines. Quando eu era criança, ela não gostava que ninguém me visse antes que ela passasse um blush em minhas bochechas.
Além de sua vaidade simples e natural, guardo dela as lembranças de uma criatura que amava sem fazer força, que perdoava como se não houvesse nada a perdoar, que doava sem esperar nada em troca e que por vezes se permitia rir e cometer erros comparáveis a de uma criança, ou de uma mulher...
“Se me perguntarem se sei fazer um bordado, primeiro digo que sei, depois eu aprendo”. E aprendia...Aqui agora escrevendo, me dei por conta de por que ela sofreu tanto ao ter que vender a máquina de costura, me chamou chorando envergonhada, dizendo que me disse a vida toda que ia deixar a máquina pra mim e ia precisar vender. Falta de sensibilidade a minha de não compreender o porque...por que tudo começou por causa de uma camisola:

Passeando no Centro de Niterói ela parou na frente de uma boutique chamada “A Sedução”, era uma loja muito cara, onde as noivas ricas iam montar seu enxoval, parou extasiada em frente a uma camisola longa, branca, toda bordada em ponto Paris e nesse momento, entrou uma mulher muito elegante na loja, comprou exatamente aquela camisola, pagando em dinheiro. Foi pra casa pensando na vida, nas suas restrições e o que poderia fazer para vencê-las.
Começou a aprender ponto Paris, poucas costureiras sabiam com perfeição...começou a fazer e vender para a redondeza, até que “A Sedução” a chamou para ser costureira de lá.
Ela começou a produzir as camisolas iguais aquela que ela havia “idolatrado”, já tinha a sua? Não...
Ela juntou dinheiro, se arrumou, entrou na loja como cliente e comprou a camisola que ela mesma costurava.
Ela não parou mais. Tudo que ela modestamente queria, ela conseguia...nunca teve fartura, mas sempre gostou do capricho.
Envelheceu sem se preocupar em deixar os cabelos brancos...O que motivou ela foi uma vaidade? Que diga que sim quem não a conhecia...
Quando eu tinha seis anos, ela morava na Moreira Cezar, um porteiro que era amigo dela (como todos que a cercavam), foi pegar um bujão de gás e não me lembro por que motivo, o bujão explodiu em suas mãos e minha avó estava perto. Vendo o amigo sendo carbonizado, sem poder fazer nada, ela rasgava a própria roupa como se estivesse rasgando a dele...ela já não tinha mais apego algum...Já havia criado filhos, netos, filha dos outros e ainda tinha tempo e disposição para vender quentinhas, distribuir as sobras para as crianças de rua.
No tempo em que começou a trabalhar, e se tornar vaidosa, grande parte das irmãs (eram 16 irmãos ao todo), parou de falar com ela: Um cunhado a assediava, ela evitava mas também não contava para não fazer escândalos, porém quando descobriram, ele para se defender a acusou, toda a família ficou do lado dele, por que sabiam que ela não tinha um casamento perfeito, trabalhava fora, já havia tentado se divorciar...então: A culpa era dela...
Quem diria que canalhas envelhecem? Quando minha avó morreu, ele foi o cara que fez a tal da oração em seu túmulo e todas as irmãs compareceram, pois em suas velhices voltaram a se falar. E ela, quando teve uma oportunidade de voltar a conviver com as irmãs, voltou sem o menor rancor. Ela enterrou algumas e alegrou a vida de todas, chegando sempre para visitar ou recebendo em casa, sempre com um bolo fresco, um prato salgado e um sorriso.
Nos seus últimos 2 anos de vida, passei muito perto dela...já viúva, passava seu tempo pintando, já lia os livros de Zibia...Eu ia tomar café de tarde com ela quase todos os dias...Foi a primeira e mais dolorosa perda que tive em minha vida, mas eu aproveitei minha avó...e me aproveito diariamente de nossas boas lembranças, de sua força...Absolutamente todos que chegaram perto dela durante sua vida sentiram imediatamente a sua bondade. Nilcéa, o amor da minha vida:
Trabalhou muito, não tinha uma religião oficialmente, não ouvia músicas, não lia livros, não pode consumir o que mereceu durante a vida, mas quando eu penso em minha avó ouço melodias, sinto cheiros escrevo romances e penso em Deus.