sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Saga da Filósofa de Merda 1 - A castas criadas pela geração 80





Até meus 17 anos, ganhava tudo o que pedia, mas já considerava tudo aquilo "grandes merdas"...a julgar pela sensação de vazio que sentia depois que ganhava a "coisa desejada"...nada me restava senão desejar "outra coisa", que repetia infinitamente o mesmo processo de desilusão. 

E assim eram os estímulos dados às crianças da década de 80...propaganda e consumo abusivo, falsa felicidade, valores completamente fúteis ...e assim "o desejo", algo considerado filosoficamente nobre, mirou como alvo objetos objetos com alma constituída de matéria de plástico e eletrodos. 


A década de 80 foi o auge da "coisificação" do ser humano, a iniciar pela corrupção de valores ligados  ao ato de "ser", foi nesse ponto de nossa história que o jovem começou a "ser" o que calça, o que veste, bebe, consome...

Então, com meus 17 anos eu parei de calçar, vestir, beber ou consumir, e sequer era disso que eu me orgulhava, mas me orgulhava piedosamente do meu "sofrimento"...sim, isso é ridículo, eu me orgulhava do fato de sofrer e de me abster de algumas coisas. Ou seja, absolutamente não foi nenhuma sabedoria, o gatilho para o meu "desligamento", foi um certo "complexo de mártir", tremendamente comum em nossa sociedade...presente naqueles que tentando se tornar diferentes, não cedem à cultura do seu tempo imediato, mas se engaufinham em deturpado conceito judaico-cristão, sem sequer ter idéia do que ele se trata.

Mas é nisto que dá a falta de educação filosófica e histórica: aqueles que tentam fugir do seu exemplo, correm em direção oposta, xiita e completamente cega, a valores que parecem ser muito diferentes dos que você está dispensando...mas no fundo, no fundo...são justamente os valores causais da sua própria fuga...pois ninguém ensina a ninguém, que os opostos giram em torno do mesmo eixo.

Difícil de compreender? Muitos daqueles que se opuseram ao consumo massivo, o fizeram, infelizmente, na crença doentia de que esse consumo era o "grande pecado da humanidade", e que esse pecado, assim como os outros cuja sua abnegação, nos tornam puritanos...pertencem a enorme fila de "provas da humanidade". E não haveria de ser de outra forma...não faltaram fanáticos religiosos, que justamente tentando consumir matérias de alma de plástico, aprisionaram todos esses contextos na mesma masmorra de tortura da humanidade. Ou seja: a idéia de consumo, reforçou a imbecil idéia do pecado.

Pra separar essa porra desse joio, dessa merda desse trigo foi o cacete...e poucos separaram até hoje, basta olhar a sua volta, que verão uma sociedade dividida entre:

1- Os que consomem

2- Os que creem em Deus

3- Oprimidos no centro dessas duas vertentes de sucesso que se acham muito diferentes uma da outra: Se fudendo completamente estão aqueles que não consomem, não creem em Deus e dão valor ao "ser".

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