quarta-feira, 7 de maio de 2008

Carta de uma ignorante


A mim, neste momento, pouco me importa meu sexo, cor, religião, de onde vim, meu grau de inteligência...pois se a banalidade de nós mesmos e de nossos objetivos como seres humanos, nos tornou excepcionalmente importantes, no sentido de que na natureza nada se perde, tudo se transforma...ao menos assim alcançaremos nossa “redenção”, nos transformando em gases ou vestígios minerais, que em milhões de anos ajudarão a iniciar uma nova forma de vida, quem sabe menos ignorante e primitiva que a nossa.A procrastinação está finalmente nos levando ao épico e cinematográfico fim do mundo, porém, o bom, é que o fim de tudo, criará personagens fantásticos, mitos, religiões, teoremas à respeito do nada, como sempre ocorreu nos momentos de crise.Assistamos a este espetáculo, quem sabe na última vã tentativa de decodificar o caos ao tentar compreender a vida...relaxem, vai ser bom, pra mim particularmente vai ser engraçado assistir neuroses coletivas, pessoas se abraçando aos seus bens materiais ou se livrando deles, pastores vão montar até corretoras para venda de terrenos no céu, exus vão idealizar imagens paradisíacas do inferno, ateus vão abraçar suas famílias como sempre o fizeram...Na minha crítica desse novo caos, avalio que temos sido meros parasitas com pretensão de ser algo maior. Os mais perigosos de toda cadeia alimentar, elementos corrosivos. Usamos o chavão de que “somos a imagem e semelhança do criador” para metaforizar “o filho da puta principal de uma zona, que manda no estabelecimento e come quem quiser”...não me chamem erege, não passo de uma ignorante...Questões religiosas, morais, físicas, químicas, talvez nada possa salvar boa parcela da humanidade, e afinal, pra que agir se a morte sempre foi uma certeza?Tento também compreender minha própria ignorância, minha indulgência, ao apenas pensar, e pensar apenas quando a situação é limite, nos por quês do caminho ao fim da grande morada (nosso parasitado).Estamos chegando lá, nesse lugar e tempo onde os motivos de discórdia, vão voltar a ser os primordiais (a tal da escassez). E nesse tempo, provavelmente, as vaidades e egocentrismos, vão morrer de fome por falta de matéria-prima que as alimente.Certamente a vida sempre se adapta. Os cheiros, os consumos, tecnologias de nossa sociedade, são um vício, uma realidade que passou a ser a única. Lutar pela vida, não é mais algo orgânico, um turbilhão de culturas incorporamos, e estas passaram a ser a própria vida. A nossa “evolução” genética, fez com que nos tornássemos os filhotes mais dependentes de assistência, carinho, dinheiro, internet, tv a cabo e etc... Julgamento e análise não são palavras com o mesmo sentido. Analiso que o desconhecimento e a ignorância, a busca de respostas, a sede do racional, criou e deturpou mártires, matou homens, vendeu espaços no céu (símbolo este do desconhecido), transformou escritos históricos em metáforas que induzem à subserviência e conservam a ignorância. Desqualificou a matéria dentro da sua importância para a sobrevivência. Trouxe angústia, depressão e seus placebos sociais. Omitiu o óbvio: Termos todos a mesma origem.Induziu ao inusitado: Teremos todos o mesmo fim.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Quando "Quando nietzsche chorou" fez Erika chorar...



Será Felicidade sinônimo de “Desejo não cumprido”? Ficam as “ações executadas” predestinadas ao enjôo e ao tédio?Como o prato predileto que quando comido diversas vezes causa náuseas?
Manter metas inatingíveis pra mim, ajuda a viver...assim como cumprir metas uma a uma é racional e paradoxalmente desumano.

Não ser reflexivo é enebriante! Nada mais tranqüilo que uma vida com início meio e fim planejados, nada como ser conduzido ser saber que está sendo conduzido...nada mais feliz que a ignorância!
Se eu fosse feliz, a mim só restaria a morte, pois antes o desejo que o desejado...por isso justamente, sempre compartilhei da opinião que determinado tipo de amor não existe. O que existe é o prazer íntimo da conquista.

O “vazio” interno que se preencheu com uma pretensa posse do predicado alheio.Como se fosse o amor um bem de consumo, um produto que reafirma pro nosso ego: “Sou bom, sou bom!”
A apropriação da beleza que não possuímos, da nossa inteligência escassa, a vida que nos falta...Amaríamos se fossemos inteiros?

Cômodo não desejar a auto-suficiência...Solitário.. Será?
Seriam auto-suficiência e solidão a antítese da dependência e do amor?
As pessoas gostam de se olhar no espelho...esse é o princípio de tudo, das ações de todos os anjos ou demônios: A compulsão pelo amor próprio é capaz de degradar ou construir...mas a motivação é sempre egoísta.

O amor pelo espelho e pelos nossos prazeres faz com que amemos nossa mãe, perdoemos nossos irmãos (sangue do nosso sangue), procuremos a estapafúrdia “alma gêmea” (que é uma metáfora xifópaga a uma perfeição quase nazista), e a idealização de um Deus a nossa própria imagem e semelhança.

Mulher, moral, costumes...



É...a maternidade nos manteve nas cavernas enquanto o bicho homem ia caçar...se seus hormônios desde já os favoreciam, que dirá a própria evolução da espécie guiada pelas tarefas repetitivas e pela própria seleção natural...E fomos continuando nas cavernas, e exemplificando, as que não ficavam não reproduziam e morriam mais cedo, encerrando ali seus “genes de atitudes”.
Não acredito que sentimento materno fosse algo tão forte como de hoje em dia, mas em compensação, os instintos é que mantinham essa preservação de espécie, que talvez fizessem com que as mulheres criassem e alimentassem sua cria, mas também talvez não chorassem pela dor ou morte de seus filhos, por ser tão habitual...sentimento em geral no ser humano, é algo que nasceu junto com “moral e bons costumes”, assim como a própria “Maldade”.
O homem (macho) provavelmente desde lá, aguçou seu sentido de dominação, sob as próprias fêmeas, mais pelo desejo de uma espécie de escravização (manter sexo e “Lar”...talvez os filhos fossem o de menos).
O tempo foi passando, todos os papeis importantes foram assumidos por ancestrais desses homens, que por muitos anos, culturas e gerações tornaram o papel da mulher desimportante, não simplesmente profissionalmente, mas em todos os aspectos sociais.
Da Grécia antiga, há cartas de guerreiros de Alexandre, que ao se comunicarem com as esposas grávidas, deixava claro: Se for mulher, exponha! Ou seja, largar a sorte dos Deuses, que iriam decidir se era merecido aquela menina morrer nas garras dos lobos, ser recolhida por prochenetas para se tornar prostituta (na melhor das hipóteses). Na falta de melhores condições, prostituição se tornou uma saída para as mulheres assim como durante a segunda guerra elas podiam ser datilógrafas.
Os gênios são homens. Os artistas principalmente, mulheres nunca tiveram sequer tempo pra isso...E se hoje temos, seja tempo, seja oportunidade ou canais para estudos e aprendizado...temos em nossas costas séculos de submissão crendo que inteligência, se conseguimos nesse momento, é válido simplesmente pelo nosso sustento e de nossa família...ou quem sabe para atuar num cargo de Doutora em alguma coisa que vai contribuir em alguma migalha para a humanidade. Aliás, ninguém, nem homem nem mulher, têm mais como contribuir em grande escala nesse grande emaranhado de civilizações , culturas e tecnologias que é o nosso tempo.
O sentido de dominação também foi modificado, visto que as potências e não mais os machos dominam (apesar de alguns acreditarem ainda nisso).
Eu não enxergo o “Gênio”, nem espécie macho nem fêmea...Por que não enxergo um motivo justo pra sua existência nessa nova civilização caótica e banal.
Não enxergo bem ou mal em função dessa mesma origem e destinos, muito menos o certo e errado, pois se dores e sentimentos são tão adaptáveis a cultura. A visão de indivíduos até da mesma civilização são diversos mesmo estando dentro do mesmo contexto. Como ter a pretensão de empatizar com outros contextos?