sábado, 19 de março de 2011

Pousando

Não tenho tido vontade de escrever...por que me senti tão livre que não pude me conter, precisei voltar. Mas voltando, sendo o que eu tenho que ser, ou o que eu sempre deveria ter sido, parecendo ser assim que eu me encontro, na realidade de mim eu me afasto. Tenho tentado andar pelos quarteirões estando neles e não em outro mundo, tentando pousar, é difícil ter os pés no chão ou enxergar o grande no pequeno, o mágico no simples, mas isso é se manter são e vivo. Estou voltando e não sei pra onde e não gosto de voltar. Repudio as prisões invisíveis aos outros e para mim disfarçadas de lojas, escolas, restaurantes, calçadões...mas eu preciso delas. Não me sinto autômata e isso fez de mim uma estranha que hoje reconheço. Bisbilhoto medos alheios, catalogo a mesmice desapercebida e me choco com a falta de sentido do próprio sentido. Rotina. Maçante e necessária rotina. Tenho tentado participar dela travando uma batalha com o óbvio, me sentindo o fantoche ao menos subversivo. Um pensamento me faz suportar: Nada é mais concreto do que as lembranças. Nada é absoluto senão o sumo do dia-a-dia que os anos levam. No final das contas quem decide tudo sou eu, independente do que possuo ou não, sou eu que conto minha história.