terça-feira, 9 de outubro de 2012

Vulcão




Tudo que eu sei, é que algo forte me move, de uma forma diferente dos que vejo a minha volta, nem melhor, nem pior, mais intensa. Ignoro onde isso começou, mas eu tenho a instabilidade de um vulcão, sempre, sempre a liberar lavas que cozinham minha alma e deixam meus nervos, minha sensibilidade exposta.

Eu preciso gerar energia pra explosão, propulsão, e gero, muitas vezes de forma alheia a minha vontade. Pego essa força e quebro com ela, os muros da minha razão com meus próprios murros de punho semi-cerrado.

Sempre fiz isso, como se fosse uma lagarta repleta de matrioskas, as cascas que eu preciso romper eu não aguardo passivamente que elas caiam, rompo com minhas unhas de bicho numa força fora do meu controle...e apareço...mas quando tudo parece estar pronto, nova crosta me encerra...

Então me calo pro mundo e grito pra mim, dou tapas na cara das letras e me refaço... por vezes calmaria, vezes tsunami, vendaval...ando devagar, quase paro e de repente: disparo.

O que fazer se sou produto dos tormentos e das tormentas? Só me cabe o ensaio de me prender a uma corda, que em seguida vou estraçalhar, e eu estraçalho minha alma como os homens estraçalham o mundo

Eu não sei pra onde vou, nem me pergunte pois aos domigos fui filha do "Cântigo Negro" de José Régio, e por isso: "A minha vida é um vendaval que se soltou, É uma onda que se alevantou, é um átomo a mais que se animou..", e se me dizem pra ir por ali, é pra lá que definitivamente não vou.

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