sábado, 20 de outubro de 2012

O "sagrado"



Eu creio no sagrado, mas eu sou tão pequena que não tenho a pretensão de saber em qual forma ele se apresenta.

Sou tão pouco que não creio que ele seja a minha imagem e semelhança.

Ele é tão grande que desacredito que seja um só.

Eu o sinto, e sei que ele não se aprisiona entre quatro paredes.

Sei que ele é onipotente e tudo pode, mas dentro apenas do que eu me permito.

Ele é onipresente e está nos lugares em que meu espírito não é cego.

Natureza onisciente que conhece todas as verdades, a medida que nos afastamos da ignorância.

Eu falo com este que pode ser vários, que pode ser nada, pode estar misturado com a natureza ou simplesmente ser ela própria...

Falo com ele através de minhas criações, meus pensamentos, por vezes eu o grito através da minha angústia, me desespero em crer que ele tem uma imagem em função da minha dor, o renego por vezes por o avaliar injusto, o clamo por implorar justiça.

Desconhecido, interpretado, por vezes amaldiçoado, sentido ou ignorado...

Mas basta fechar os olhos, seguir seus pensamentos, ignorar algumas morais, seguir o seu caminho, e talvez aguardar...

Sim, segure a sua revolta, tenha força para suportar as consequências, não se lastime por qualquer incongruência...apenas segue fiel a ti mesmo e as tuas verdades, entenda o que é amor e alteridade...

E aguarde a sua vez, pois o rumo ao seu próprio sagrado é um rio cheio de pedras, tempestades, intempéries, enganos...

Nascente de poucas águas, corrente de tormentos...mas destino que deságua como fortes torrentes, pra se juntar aos mais ricos oceanos.

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