sábado, 20 de outubro de 2012

Pássaros, abelhas, pólens, sonhos e palavras




Sinto que minhas ações estão limitadas, por isso pra mim, as palavras são minhas asas e o que elas dizem, é o pouco que possuo e o universo do que não posso possuir, lugares que não posso estar, amores que não alcancei, idéias que apenas sonhei.

Mas dizem que tudo que existe, um dia foi apenas pensamento, então por isso deixo que as abelhas dos meus tormentos, pousem em minha mente...e me roubem minhas alegrias e torturas, e as espalhem como se fossem pólen a se espalhar ao vento.


Ora vejam: somos apenas homens, e mesmo assim podemos voar, respirar embaixo d'água só para ver a sereia, podemos adentrar nas profundezas da terra, colidir com a lua e visitar o sol, mas preferimos nos aprisionar ao próprio ego...

Mas sim, eu tenho a alma liberta, me apiedo daqueles que apenas levam o seu corpo ao vento...com olhos aguçados ao mundo, mas acorrentados pela cegueira dos seus sentimentos. 

Portanto: meus sentidos são surrealistas, e enquanto você devora a sua limitada paisagem natural, eu vou muito além das fronteiras do mundo abissal, trafego pelo universo, viajo no tempo, converso com filósofos, poetas e artistas já mortos...e só dentro encontro o real.

No momento que você perder os bens que conquistou, vai se lembrar de minhas palavras, e entender que só são seus, os bens aos quais você sonhou...

Eu que sou fantasiosa, mas dentro da clausura da minha mente está liberta a minha liberdade, e enquanto você se julga livre fisicamente, a sua clausura não é apenas um sonho, é a sua estreita realidade.

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