segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Vincent, o Van Gogh



O que todo mundo sabe é que não vendeu quadros em vida, e o rótulo, é o do pintor “Louco”.
Poucos sabem, e se mais soubessem, talvez estes também não compreendessem a importância que ele teve para a HUMANIDADE, lamento seus valores terem sido tão pouco difundidos.
Ele não foi simplesmente “um artista”, foi sim a encarnação e o espírito da própria arte.Sua imagem quase miserável contrasta os conhecimentos e estudo auto-didata de um gênio, que se alimentava tanto de literatura quanto de pintura em valor mais extenso que o da maioria dos artistas da época, que acreditam ter a sociabilidade coerente com o seus status de artista, que visavam no trabalho em “corrente” como no impressionismo, uma maior possibilidade de visibilidade...Van Gogh ignorava isso.
O louco, ou como algumas vezes o próprio se denominou “vagabundo”, chegava aos extremos de se abster de comida, em prol de tinta.
As suas idéias como um todo, contrastavam em tudo com as idéias de seu tempo, e acredito eu, que até hoje, ele estaria muito á nossa frente.Definia a sua própria obra, como o eco do que ele podia sentir, e muitas vezes ficava insatisfeito com sua pintura, que a seu ver não podia revelar a grandiosidade de como ele sentia os elementos da natureza com um simples galho distorcido, a beleza de uma ventania, a rusticidade dos camponeses, a dor...sua e de todo ser humano.
Van Gogh era praticamente um cego, que enxergava apenas cores e sentimentos.
Atualmente seria classificado como bipolar, talvez dissessem que atravessa por crises de pânico, não sei até que ponto, algum tipo de loucura, mas que ele enlouqueceu, isto enlouqueceu...Mergulhou em seu mundo de expectativas que não correspondia ao mundo de seu tempo, e acredito que ele via essa possibilidade, por isso o fato, de provavelmente propositalmente, ter documentado, conceituado sua vida e obra nas cartas ao irmão Theo.
Sua religiosidade era pura, já tendo sido pastor, acreditava em Deus, e via nas artes em geral um canal para atingi-lo, ou acreditava com esses sendo a própria divindade e alimento.
Houve amores verdadeiros e sexuais em sua vida, como de qualquer outro homem comum, talvez tenham havido vícios, alegrias e dores extremas.
Depois de muito estudo, se isolou para encontrar seu próprio caminho, foi um eterno viajante, em busca de paisagens, pessoas e seus sentimentos, em alguns momentos largou tudo que possuía como um “São Francisco de Assis” das artes. Cuidou de mulheres que não eram suas, alimentou crianças que não gerou, tudo isso em meio aos seus estudos auto-didatas, pesquisas de cores, loucura, internação, auto-mutilação, morte...ele sentia um imenso vazio, e a necessidade de chegar há algum lugar que não sabia onde...dizia que todo artista tinha que transpassar uma grande barreira, se despir de idéias, preconceitos para chegar há algum lugar...tinha que dar o sangue, num exagero de seus conceitos, ele deu literalmente esse sangue, prezo que ele tenha tido noção de que sua vida foi muito mais rica dentro de sua miserabilidade...sua loucura foi um passo a mais que deu após uma linha tênue da santidade e genialidade.