quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O basta




Os momentos da decisão, não devem coincidir com o momento de revolta, ou devem? Não sei... o "fim" sensato é o cume de uma montanha, que pode ser da reflexão ou do completo desespero...e de nada vai adiantar indagar qual dos dois é o pior gatilho, pois se a arma vai imprescindivelmente disparar.

Ele pode sim, vir seguido da completa falta de esperança, pode ser o alimento do fundo do poço, e quase sempre o é...O lado bom, se é que se pode ter lado bom...é que no caso extremo, ele só pode ser a brecha pra algo, que por não ter mais como piorar, só pode melhorar.

O Basta, vem sempre acompanhado da bosta do medo, mas até isso é providencial: vejam como os bichos disparam perante o perigo...Não estou aqui escrevendo pra consolar a nenhuma doença ou doente terminal, quem finda não crê em consolo, e talvez a esperança que nos mantém grudados ao que é notoriamente falido, seja mais condenação do que o próprio recomeço.

Tudo que finda tem que recomeçar, imenso clichê não ouvido por Virgínia Wolf no fundo do seu rio, com suas roupas repletas de pedras imortalizadas pela mortalidade da escritora.

Não...eu não sou covarde, não quero aguardar um fim pra me sentir levada pelas águas dos rios a quase, quase perder minha respiração. Eu quero ser sufocada bem viva, olhar nos olhos da morte bem cínica e debochada, quero me aproximar de alguns que previram o meu destino que está quase, quase chegando e gritar com muita, muita raiva: Vocês estavam certos, eu estou com a Senhora Solidão! Vou beijar a mão de cada um, eu não poderia estar mais bem acompanhada.

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