terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sou apenas um bicho




Eu tento...não sei se vou conseguir, me espelhar em imagens de personagens estranhos à minha cultura e aos meus exemplos, mas tive bons, que não cabem nesse momento, sobrevivi no meio de muitos que viveram em constantes explosões, com a mesma intensidade que eu venho represando minhas emoções.

Então neles as suas fontes secaram, suas energias se esgotaram no meio da vida, no meio da cidade, exatamente na meia idade. Viveram vidas intensas...não passíveis de arrependimento, pois quem viveu cedo tudo que tinha que viver...ao menos eu a essa conclusão eu cheguei: conquista cedo a eternidade.

Exato, já pensei um dia que o cansaço e a desilusão fossem castigo...não sinto mais dessa forma, "castigo" foi o nome dado ao "descanso" pelo puritano que se acovardou, e fez dos seus sonhos desejos reprimidos.

Como pode uma criatura acreditar que pode viver não vivendo? Por que algum estúpido nos plantou a idéia de perfeição?

Taco fogo no livro "Mênon de Platão" junto com a pregação da virtude, O que ele nos fez crer ser "o ideal" virou discurso de dominação... 

Padres nos ensinaram regras que nos afastam da verdade: O que chamamos de pecado é o presente dado pela natureza sendo jogado no lixo, eu quero viver com a intensidade que os meus viveram, santos não existem, eu já quis ser filósofa, já passei de mulher, e sou apenas um bicho.

Fodam-se os castigos, queimem-se os cabrestos em forma de evangelho, apesar de eu não crer mais em nada, eu só queria nascer mais uma vez, pra na hora em que eu me deparar com o "Senhor Pudor", e que ele seja bem avantajado, vou pedir que ele me vingue da "Senhora Moral", fazendo com ela, tudo que ela fez (ou deixou de fazer) no meu rabo.

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