quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os Sonhos e as Paixões




A compreensão de que nossos sonhos, são IMAGENS de forças internas, não é um fato possível de ocorrer do dia para a noite. 

Nossos sonhos NÃO são os filmes de nossa vida real, ou seja as imagens dos personagens dos nossos sonhos, NÃO possuem vínculos com os "atores" do nosso cotidiano. 


Tudo o que nós sonhamos, faz parte do nosso universo interno, faz parte do filme desconhecido, oculto, exposto ou escondido de nossas mentes. 

As mulheres dos sonhos dos homens (e vice-versa), não são mulheres que existam fora do seu onírico. Nossa mente associa as nossas forças, os nossos medos, nossas paixões e principalmente as facetas de nossas personagens, ao universo de símbolos, de imagens e mensagens que acumulamos durante nossa existência.

O raciocínio lógico individual, pode nos ajudar a compreender, que as pessoas que sonhamos não correspondem "a quem elas são na realidade"...projetamos de noite um ser com características e predicados que nossa imaginação atribuiu àquela imagem. Se pensarmos mais um pouco, entenderemos que MESMO ACORDADOS, a "imagem" que construímos à respeito daqueles que nos cercam, é uma impressão só nossa: e nessas receitas de como enxergamos o outro, há grande parte de nossas conclusões e há grande parte de nossas imaginações, de nossas interpretações e de predicados que fantasiamos que o "OUTRO" possua.

Justo...isso é a paixão: É a atração pelo universo ilusório que atribuímos à pessoa que contemplamos. Pensem o seguinte: sempre distinguimos diferenças básicas entre a paixão e o amor, como sendo o amor uma construção, e a paixão como uma atração instantânea e física...inclusive muitas vezes cientificamente atribuímos a paixão à existência de nossa biologia, de nossos hormônios e feromônios...como então indivíduos se apaixonam à distância. Simples: a paixão é o ato de visualizar o outro como uma tela em branco na qual pintamos o nosso universo de atração. 

Na "tela" desse indivíduo, certamente já existia traços e formas que contemplamos, mas artistas que somos, completamos esse cenário, criando no outro uma obra, que mais corresponde aos nossos ideais, do que a verdadeira personalidade desse indivíduo.

Então, não é difícil olhar para o nosso interior pra contemplar o que nos falta, nos excita ou nos complementa, e nem tão pouco apenas os sonhos nos comunicam à respeito desses códigos: Observem suas paixões, as qualidades principais daqueles que mechem conosco, as qualidades que atribuímos ilusoriamente aos amores. Aí estará a impressão de quem somos, do que precisamos ou quem sabe, do que um dia nos tornaremos.

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