domingo, 20 de janeiro de 2013

Réquiem para um amor - Requiem per un amore





Custamos a cantar pelo fim, quando não há corpos arroxeados pra delimitar a vida. Somos presos às mortes orgânicas e ao final inevitável das matérias...mas, incrivelmente temos mais facilidade de lidar com a decrepitude de nossa biologia, do que com o falecimento dos nossos sonhos e de nossos amores.

E eles morrem, na maioria das vezes morrem e não adianta questionar a causa, crime passional, com ou sem dolo...de nada adianta levar acusados pra confrontar um banco de réus, penalizando culpados por um possível assassinato...pois o amor pode morrer de velho, e por esse idoso que talvez já tenha cumprido sua missão, só resta cantar.

Que seja um canto silencioso ou até quase mudo, mas cante...com as memórias ou quem sabe com o próprio corpo valsando no silêncio da solidão, mas cante...rituais não são atos apenas pra festejar o início, mas também pra celebrar um fim, que certamente sugere recomeço.

Cante relembrando as partes melódicas dessa dança, congelando cada acontecimento contido na cruel finitude da vida...entendendo que até as galáxias tem começo, meio e fim.

Só o brilho inesquecível das estrelas já vale a vida assim como as entrelinhas das coisas que escrevemos, vivemos, acreditamos... nos momentos em que entorpecidos, negamos a realidade perecível, das pessoas, do universo e do amor.

Cante pra se manter vivo e sempre amando, para que os seus torpores embacem a realidade: O que mantém a dança, é uma surrealidade improvável... que chamamos de infinito.

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Custamos cantare alla fine, quando non ci sono enti per definire la vita contuso. Abbiamo bloccato la morte e le materie organiche alla fine l'inevitabile ... ma incredibilmente hanno un tempo più facile affrontare la decrepitezza della nostra biologia, che con la morte dei nostri sogni e dei nostri amori.

E muoiono, il più delle volte muoiono e inutile mettere in discussione la causa, delitto passionale, con o senza scopo ... non ha senso portare accusato di affrontare un imputati banca, penalizzando colpevole da un possibile omicidio per amore ... può morire di vecchiaia, e questo vecchio che potrebbero avere già fatto il suo corso, non resta che cantare.

Che cosa è un angolo tranquillo o fino a quasi muto, ma con ricordi cantare ... o forse valzer con il suo corpo nel silenzio della solitudine, ma ... cantare atti rituali non sono solo per celebrare l'inizio, ma anche per festeggiare un fine, che certamente suggerisce la ripresa.

Canta ricordando le parti melodiche di questa danza, congelando ogni evento contenuto in finitezza crudele della vita ... comprensione per le galassie che ha un inizio, metà e fine.

Solo la luminosità delle stelle già un valore di vita indimenticabile come il sottotesto delle cose che scriviamo, viviamo, crediamo ... intorpidire nei momenti in cui si nega la realtà deperibile, la gente, l'universo e l'amore.

Canta per rimanere in vita e sempre amare la loro embacem torpores realtà: Che cosa mantiene la danza, è una surrealtà improbabile ... che chiamiamo infinito.


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sábado, 19 de janeiro de 2013

Ao Rei Salomão




Não, eu não quero dividir pessoas ao meio...e nisso me lembro do quanto eu mesma, me permiti ser fracionada em diversos pedaços do que eu não sou, e nunca serei.

É abominável a pressão de nos cobrar "partidos", por isso, somos partidos, por isso vivemos em guetos, aceitamos esse esquartejamento da alma, quais fôssemos o bebê protegido de Salomão.

E só as mães sabem, que filhos tem que ser amados na mesma potência, assim como as mães também aprendem que não é o fato de um filho assumir o "ideal de perfeição", que vai livrá-lo dos males que a vida o vai presentear.

Só as mães que têm dois filhos, sejam "diferentes ou iguais", "brancos ou negros", "intelectuais ou apenas sensíveis", "normais ou anormais", "inteligentes ou pouco favorecidas intelectualmente"...sabem que favorecer a um dos seus filhos, por pesar as dificuldades destes, é serrar o bebê de Salomão...

Só quem gerou pela própria barriga, as oposições, o ying e o yang... entendem que todos são realmente diferentes uns dos outros, mas não há justiça, medicina ou psicologia no mundo, que disseque ou que compreenda, o que essa mãe consegue sentir: Apesar de diferentes uns dos outros, não tenha a pretensão de descrer em nossas igualdades.

Toda dor deve ser respeitada, seres humanos não podem ser medidos e transformados em camisas de times. O mundo de hoje, é um bebê de Salomão, espalhado pelo nosso mundo, estraçalhado em milhões de partículas quânticas, pelos desamores do nosso passado e presente. Mas, com uma simples dúvida:

Obrigada vida, por eu ter parido os opostos...mas meu útero não é campo de futebol ou quadra de time... 

Existe algum rei pra defender a eles, dos males causados por essa mutilação? 

Se existe, prefiro não ter que contar com a sua justiça, mas sim fazer sempre o que o meu amor pelas pessoas me faz compreender: Amar é criar condições pra que o ser humano possa ser inteiro.

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A culpa é dos Olhos




Através dessas duas escotilhas vemos o mundo, crendo que todas as imagens apenas adentram por nossas pupilas independente de nossa vontade. Mas...elas entram, e saem, entram e saem...

A cada retorno dessa tal imagem, engolimos as mensagens do mundo e vomitamos as nossas idéias, sem perceber onde isso se iniciou...olhar sem perceber que percebeu, é a arte desses dois planetas implantados em nossas órbitas.

As faíscas geradas por essa galáxia de dois, são inodoras, insípidas, incolores mas nunca inertes.

Basta deixar essa luneta ocular da alma, se comportar como um girassol que nos ajuda a aprender sem o menor esforço. Não há em lugar algum , recurso mais competente do que o abrir do diafragma de nossa mente...

As respostas sempre entrarão em nós, pelo orifício de nossa câmara escura, e independente de nossa vontade, os olhos conspiram durante as noites...tentando nos mostrar que a realidade é o avesso...

Até nesse momento, os olhos tentam te salvar, se esforçam continuamente para projetar A REALIDADE... que a kilometros de distância, pareciam linhas paralelas...que acabam se convergindo bem na entrada dessas janelas...

Pobres olhos...deles por vezes brotam água, e sequer entendemos o por que: 
Ele vive pra tentar de novo te mostrar. nos muros de suas órbitas, a direção das coisas e do mundo...mas na entrada dos olhos o cérebro quer te dar uma lição, ele rotaciona a sua projeção.

...O cérebro eternamente vai te fazer crer que os olhos são loucos e que o real é o seu chão, ele sabe que no nosso mundo, quem manda é a razão.

Mas abaixo de nós os pássaros voam, e no teto do mundo nos agarramos feito balões...tudo que até hoje foi tachado como verdade...é o inverso:

A realidade é apenas uma máscara feia, talhada a ferro e fogo na face da ilusão...abra bem os seus olhos, eles sabem disso e tentam te alertar dessa inversão.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Finalmente 40 (n° 2)






Completar 40 anos, é como estar de frente pra um precipício. Durante sua vida toda você foi nessa direção, mas de costas...e de repente você olha pra frente é lá está um enorme buraco, seu desespero, os riscos e todos os seus "eu" mortos, te gritando pra os salvar. 

Nossa ignorância nos engana dizendo: Não há mais tempo! Fique aí parada ou simplesmente pule nesse abismo.

Só quem pode te salvar dessa tal ignorância, é a sua coragem...e o quanto mais você se distanciou de quem você é, maior será a necessidade de que essa coragem seja quase loucura...assim vão te enxergar: louco, atrasado, fantasioso...

Lembrem-se que para aqueles que estão nessa beira de precipício, tudo parece já estar morto, perdido...e é nesse momento aparentemente vazio, que você senta de cócoras. e a coragem sai do seu útero, pois na pior das hipóteses: você não tem mais nada a perder. só te resta deixar que essa sua parte que não te pertence, se jogue nesse abismo.

Ficará a nova criança parida. Ela vai se virar de costas pro abismo, e apesar de parecer que ela está voltando para o início de tudo, é a primeira vez que ela caminha andando de frente...assim seus olhos vão encarar nesse caminho de volta, tudo que sempre foi seu e você deixou para trás.

Nesse caminho, você encontrará adultos que querem realizar seus sonhos, adolescentes que não viveram o que era pra viver, crianças que não brincaram o suficiente, e com cada um desses, você recupera tudo que não valorizou...vai voltando, continue voltando até chegar ao seu nascimento real. voltou?

Ótimo...ali está você renascido, com asas e armas...sua consciência nesse momento vai passar a ser tanto seu anjo quanto o seu herói...e ela vai te sussurrar:

Forças mulher, ainda há tempo...

Se obedecer, não dirija





Se apenas souber obedecer, não dirija, pois é você quem sabe do seu destino, ninguém tem como te ajudar a chegar em um lugar, que você mesmo desconhece...dirigir então, sem "ser", é catastrófico: O teu carro vai querer se alimentar de gasolina aditivada, e se andar, será no piloto automático, seguindo apenas o fluxo.

Isso os carros fazem: saem de manhã cedo de suas garagens, enfrentam trânsito, enguiçam, perdem o rumo, param em acostamento ou ficam simplesmente presos no trânsito, espremidos entre o carro do nada e o de ninguém.

E por aí vão, repetindo esse insuportável cotidiano, apenas por sermos péssimos motoristas, imobilizamos a toda matéria que tocamos, e a primeira matéria a estar emperrada: é a nossa.

Seria tudo mais simples se as pessoas tivessem uma idéia tangível de sua alma, como o que ela realmente é: capitã da sua vida, o piloto do seu próprio destino. Não há por que deixar que as "máquinas" que nos transportem, gritem os seus próprios destinos, sempre pertinentes às suas necessidades de alimentação, de combustível, ou simplesmente de status.

Status: em torno disso as máquinas se classificam, sendo assim, nos cobram que sejamos o "último modelo", a marca mais pregnante, e no geral...condição pra ser útil, e vendido, é ser passageiro, ser boçal, comum a todos, fazer parte de um conglomerado, cartéis...guetos...

Apenas a minha alma é capitã do meu destino, meu corpo, é apenas um transporte falho, ignorante, que engana os meus sentidos...se sou motorista, não sirvo ao meu carro: Meu carro corpo, que tem que me servir.

Se não existir, não dirija: essa guia arriscada mata mais do que qualquer transporte da terra, do céu ou do mar... Não ser capitão do seu destino, é condução no mínimo perigosa, e no máximo é uma viagem inútil.

Deixe sua alma agarrar o leme da sua vida, confie nela, não são frotas, padrões, gostos, regras, hábitos, que vão te conduzir ao teu lugar. Seu corpo agora está sofrendo tanto, que é impossível me compreender?

Então pare, cheque, cuide, lubrifique, revise e depois disso, certo de que está tudo bem...

...confira seus documentos, teste sua visão, lembre quais são as suas habilidades, entre no seu carro, coloque o pé na embreagem, passe a marcha, acelere...

...e pode relaxar com seus olhos fechados... pois se é a tua alma que está no comando, mesmo na escuridão...no fim dessa estrada, você vai se encontrar.

Ditadura X história da beleza




Não, não aguento mais ouvir falar disso...a repetição é tanta que o efeito é rebote: as mulheres acham feio, se achar bonitas.

O pavor ao espelho se estende a todas as mulheres, depois de uma determinada idade, seja ela gorda ou magra, loura ou morena, branca ou negra, e talvez a culpa não seja apenas da "opinião", ou do senso estético de nossa época, mesmo por que, tenho muitas amigas, que se encaixam nesse padrão, e se acham feias.

Evito o clichê de que "O corpo fala", mas ele fala, e na maioria das vezes ele se cala com o passar dos anos, e nós não questionamos os motivos, por termos nos distanciado, da intimidade consigo mesmo.

Superestimamos o papel da beleza física no ato sexual, e subestimamos o poder da mente, das fantasias e dos carinhos nesse momento.

Uma vez um aluno cego, chorou comigo, contando que sexo pra ele estava perdendo o sentido, pois ele não via mais o corpo da namorada, o respondi que o que ele tinha que fazer, era bem simples: fantasiar como uma mulher.

A visão não é o único canal que gera prazer sexual, talvez ele até seja o menos poderoso dos canais, e talvez por essa crença e auto educação besta que criamos, o beijo tem prazo de validade, a vida sexual tem prazo de validade.

Quando somos crianças brincamos, quando somos adultos fazemos sexo, e quando somos velhos, nos basta lembrar das brincadeiras que fizemos, e dos carinhos que trocamos?

Seres vivos de plantão: quem te disse a hora de parar de brincar? Quem foi que estabeleceu esse limite? Qual foi o rei que marcou a data pro fim da dança, e passou a só te cobrar impostos...

Se mantivéssemos a cultura da "brincadeira" seríamos mais imaginativos, nos aceitaríamos melhor, e até faríamos sexo com menos culpa ou cobranças...

Realmente, temos que achar o corpo envelhecendo, uma coisa feia...linda era aquela criança que sabia ouvir ou contar histórias, sentada como um índio no chão, linda era a criança que virava cambalhotas, que corria pra pegar o amigo. Lindo era o ser que já fomos: filhotes que não conheciam o mundo concreto.

Justo...nascemos sabendo imaginar, livres para correr, criativos pra inventar histórias com bonecas ou seres imaginários. Em determinado momento, o senso coletivo te diz: agora é hora de crescer...é nesse momento de coação da sua alma , que o corpo te aprisiona, coincidência ou não é nesse dado momento, que você começa a envelhecer.

Por mais que te exijam fazer parte de um padrão, você nunca foi proibido de fantasiar. Então chega de falar da ditadura da beleza, ela é apenas uma consequência e termômetro, da morte dos nossos sonhos, da sociedade sem artistas, do sepultamento da filosofia...Então se você sofre pela estética do seu tempo, sinto...certamente aqui e hoje, é o seu lugar.

Fica a dica: "A história da Beleza"- por Humberto Eco

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Salvador Zé Ninguém

Não grite, não expresse e nem se revolte, pois ninguém ouvirá sua versão dos fatos, apenas os Zés Ninguém do mundo tem o poder de profetizar, por serem a prova viva de toda a verdade: 

Viver é aprender a ser só, e na maioria das vezes estar vivo é a oportunidade de concretizar e aceitar sua própria insignificância.

Kafka realidade




Nesse mundo não há residência para a piedade, e se o discurso é "ame ao próximo", finja que ama pra tapear a tua falsa importância ou sua necessidade de aceitação. Mas se quer ficar de pé: não ame.

As multidões fingem acreditar nessa realidade apenas pra manter suas almas lavadas, pra se sentirem nobres, mas esse teu eterno impulso pra fazer parte de algo é o teu único pilar.