terça-feira, 6 de novembro de 2012

Série Ressuscitando Gregos -Sophrosyne



Conceito grego que significa sanidade moral, autocontrole e moderação, guiados pelo autoconhecimento. É o "conhece-te a ti mesmo", é o conceito Socrático de prudência.

É quanto mais eu leio sobre os gregos, e li muito pouco, cada vez mais chego a conclusão de nossa ignorância, e grito pra mim mesma apenas, de o quanto deveríamos retroceder nossos valores.

A Sofrósina, que parece o nome esquisito de uma mulher, é apenas uma condição humana hoje ignorada, protelada pra não se sabe quando, visto que as pessoas de nosso tempo, acreditam em sanar seus males buscando respostas externas à sua mente, antes de seu auto-conhecimento.

Será que eu sou uma das poucas, que depois de tanto tempo buscando explicações pra vida, enxerguei que sequer domino o meu próprio universo? Entendi que não passo de uma ignorante...e não gosto de permanecer nesse estado.

Isso cheira a egocentrismo? Pode ser...nesse caso então temos apenas que escolher entre o egocentrismo do auto-conhecimento e a prepotência de dominar o mundo? Muitas vezes não enxergamos o óbvio: mudar o mundo, é mudar as pessoas que aqui estão.

Se o fato de "olhar para si" em nossa sociedade, foi corrompido pela semântica do egoísmo...talvez o início de um ser fortalecido, e capaz de contribuir socialmente, seja equilibrar o seu próprio ego. Não é difícil compreender a corrupção deste termo, numa sociedade desigual, onde poucos vivem da sobrevivência de muitos, onde o senso coletivo é empurrado por goela abaixo de pessoas perdidas, que acabam felizes por "fazer parte de algo" deixando de lado a si mesmas. 

Essa falsa coletividade sustenta sistemas claramente corrompidos desde o antigo Egito. Hoje nos cremos modernos, paradoxalmente valorizando mais a coletividade do que a essência individual de casa pessoa.

Não haverá mundo melhor sem Sophrosyne, muito menos haverá pessoas inteiras...haverá sim, uma eterna horda de infelizes que se crêem contentes, simplesmente por que tem em seus pulsos números de identificação, uniformes de congregações, livros de religiões, soldados que lutam em prol de condecorações por lutas que não são suas. 

Não vou me largar à revelia, pra entender porra alguma de sociedade, religião, ou seja lá o que for que me dê uma falsa ilusão de sabedoria ou de falsa completude em grupos. Pois a sabedoria não está no lugar onde o auto-conhecimento é ignorado.

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