segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O tempo, o homem e o sol




O que restam são os cheiros e os sons, as pessoas se vão...principalmente as vivas, pois as mortas congelam seus sonhos e imagens no momento da partida, mas os vivos na medida que vivem: essas sim vão morrendo.

As vivas vão morrendo vivas, e costurando .. pregando em seus rostos aquela máscara que o mundo as ajudou a construir, martelando pregos nos olhos, costurando bocas, arrancando a pele da alma.


Então olhar por passado é mais uma experiência surreal...o sol de todas as paisagens que aqui estão, é sempre o mesmo...mas nós? Nos embrenhamos no universo, nos transformando num misto de dia e noite, anjos e demônios...caminhamos da total certeza pueril, pro descrédito infundado ancião.

E aí vamos nós... prosseguindo, os rastros que ficam, só nossa mente confusa tenta reconstruir, inutilmente, não há um caminho de pedras pra sair do labirinto de Cronos...

Só adianta prosseguir e não olhar pra trás, se víamos a vida como uma linha reta, um bosque, um grande litoral...no futuro não há esse paraíso ao olhar nem pra trás, nem pra frente. 

Só resta prosseguir o labirinto que desconhecemos e tememos o fim.

Olhemos então para o sol, ao invés de buscar uma saída, só ele é o mesmo e está sempre naquele lugar...ele se priva do crescimento e da metamorfose...pobre, filhos ingratos que somos da" natureza", ignoramos a ela e inventamos um pai pra rezar e justificar nossa inércia, a inércia é o único predicado que nos prova que somos todos filhos do sol.

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