quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ledo Engano




Enfiando o dedo na garganta pra vomitar toda a vida que eu engoli, não quero mais apenas regurgitar versos porra!

Eu quero é expelir todas ações presas no meu estômago... Que merda! Eu produzi em mim todas as drogas que evitei, meu fígado foi atingido pelo àlcool que eu nem consumi...

Em minha mente, as visões das paisagens que não visitei, me amaldiçoam não mais em sonhos, mas nos pesadelos que eu gostaria imensamente de ter vivido, nesse estranho e sombrio mundo, estou eu calada e tristonhamente contente.

Gestação de muitos anos, bolsa pronta pra se arrebentar...estive eu aqui imersa nesse líquido incolor, e eu insípida e inodora, passiva aguardando não sei o que...apenas me alimentando da massa...esse bolo de idéias que já chega mastigado e processado, atráves das amarras do meu cordão umbilical com a vida.

Eu não nasci quando acreditei nascer! Onde começa a vida e termina a gestação nem sei mais, ou quem sabe a aterradora morte a qual cremos estar no fim da linha, nos acompanha durante todo o nosso caminho e só nos abandona quando a olhamos em seus olhos, e dizemos: 

Eu existo! Eu quero existir apartir de agora! O que parecia ser ledo engano é a mais infeliz verdade: o que se chama vida é morte, e a morte das idéias perpétuas é o único sentido da vida e da liberdade.

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