Um pequeno ser faz
aflorar essa magia, o perceber o mundo de outra forma, olhar para o
nascimento com delicadeza, olhar recém-nascido não como “um
grande compromisso” da maternidade, mas com a simplicidade e
fragilidade da vida.
Os filhos já foram
criados, e lamentamos por todos os momentos que já se foram com
eles, e os momentos que, na pressa do viver, deixamos esvair entre
nossos dedos.
A avó não conta os
dias para ele andar, falar, entrar para a escola... ao contrário,
torce para o tempo andar devagar, nesta torcida, percebemos que ele,
o tempo, não é tão imperdoável, e nos trás a oportunidade de
simplesmente contemplar. Isso, contemplar... é isso que o neto nos
ensina: que mesmo quando éramos apenas mães, deveríamos ter
aprendido a contemplar a vida como um broto de planta.
Nesta contemplação,
que hoje compreendo ter também ter recebido de minha avó, o amor e
o bom exemplo nascem como poesia impensada, como os versos não
calculados dos melhores poetas, esses versos recebi dos meus avós e
só agora eu os entendo. Dentro desses versos, toda dor e qualquer
matéria perdem os por quês...Por que perder tempo? Pra que? O
abismo que surge ao se deparar com essa realidade, é oprimido por
mãozinhas e pezinhos minúsculos, que você não pensa como vão ser
quando crescer.
Não dá para
explicar a “voternidade”, vou tentar...aprender a olhar
descartando as paredes, nada ver e apenas sentir, proteger, é o
início do verdadeiro crescimento ou quem sabe sua constatação, a
flor que você gerou e virou fruto, exercício para ser anjo.
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