Onças pintadas de rímel e baton,
gazelas correndo desajeitadas de peep toe, sensualidades medidas por bolsas
ricas penduradas, cabelos artificiais, poderosas mulheres homens...não aguento
mais...
Mulheres, larguem de tanta
besteira, seus corpos são belos, mas suas almas são caldeiras, efervescer de
sentimentos e idéias, cuja ebulição aumenta com o passar dos anos.
Cozinhando a mim mesma sobre esse
fogo, eu me encontrei, achei minha legitimidade. Traços que nascem quando nos
distanciamos da eterna autoridade. Só assim, fiquei pronta para a minha
jornada, um caminhar por uma longa floresta.
Aterrorizada por Pã, Fúrias,
Medusas e outros demônios, encontrei no chão, uma pequena brecha. Chamei minha
menina de 6 anos, que adorava brincar na terra, e eu sentada comigo mesma, temos
cavado para encontrar outras de nós, as desconhecidas, mortas ou enterradas.
Não há outro caminho para as
Evas...Não somos quem pensamos que somos, nos nossos maiores delírios de
grandeza, tentamos conquistar terras que não nos pertencem: Terrenos de poder,
adubados pelos Adões! Isso não corresponde a um hectare do latifúndio de nossos
paraísos (aqueles aos quais fomos expulsas).
A que se temer seres que já foram
oráculos, esposas de dragões, bruxas...incendiadas por brutos aldeões. A que se
castrar quem já nasceu castrada. Escurecer sexo que nasceu iluminado, tirar a
luz de quem dá a luz.
Quais os poderes das fêmeas do
mundo animal...sentir o cheiro do inimigo, defender a ninhada dentro e fora do
abrigo, acarinhar, ensinar...ninar. Luxo é vestir o corpo com a alma, e o seu cartão sem limites, nunca conseguirá a ela comprar.
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