Ele, o
destemido e implacável tempo, na sua tarefa árdua de descascar as paredes,
matar os ideais, envelhecer as pessoas...não consegue abortar meus sonhos...
A
angústia causada pela incerteza do futuro, misturada com a ansiedade de
conquistar minhas paixões, me fazem perder o sono...
Sinto
que cresço e que estagno concomitantemente, quando constato diariamente que
muito quero, e pouco posso, muito almejo e pouco tenho. Muito posso ser e quase
nada estou...
Devaneio
a respeito de como comunicar meus projetos para aqueles que esperam de mim o
praxe, a cortesia ou até mesmo a formalidade que em mim inexistem.
O que
fazer, se o que melhor produzo são sonhos, se
cresço no lúdico ou nas incoerências do mercado?
Brinco
que vou comunicar minhas idéias em prosa, e que vou ter como resposta choros
ou risos, broncas ou aplausos...
Digo-lhes
com veemência que todos os seus atos são vãos, pois todos os meus direitos são divinos, e que
meus deveres são obrigações éticas que tive a infância para aprender, assim
como fazer a higiene pessoal ...
Vocês
podem lavar minha alma além de assinar minha carteira?
Me
ajudar a conquistar um cargo ou a lua? Pois se não pretendo simplesmente me
aposentar, mas um dia cumprir a minha
missão...
Nunca
vou esperar uma placa de condecoração por serviços prestados.
Quero
conquistar um espaço, como uma árvore plantada:
Aqui
vive, sobrevive dignamente, quem
tanto amou a e lutou para viver apenas de sua vocação!
Nenhum comentário:
Postar um comentário