terça-feira, 24 de abril de 2012

Pai do céu e Mãe da Terra




É, o pai está no céu...e a mãe está aqui na Terra.

Que cada uma cuide do seu latifúndio, que ao que parece esse corpo mãe se encerra, de tanto germinar almas, há de murchar pelos seus filhos: os homens-árvore quimeras.

Ergue filho, o tronco! E acomoda sua raiz em minha loooonga esfera, vê que seus galhos vão subindo, subiiiiindo e desmanchando tooooda estratosfera, e suas raízes , mesmo assim estou sempre parindo, pariiiindo...por que amor é só o que minha seiva gera.

Desce filho! Sempre te ajudei a adubar a mim mesma, essa mãe terra que te espera. Ingrato que aguarda ansioso o caminho dos céus, planejando me abandonar como se eu fosse megera.

Arranca seu olhos agora! E tateia o que NÃO te pertence a vera...se aqui tudo é palpável, seu pai te paga é com ventos, graças, sentimentos e frios de inverno, sem flores de minha primavera.

Dor...ao te ver podando...caindo dos meus galhos, murchando os seus meus frutos...”fotosintetizando” o ar em poeira...secando como pimenteira...aaaaaai...

Me curvo. Chorando em total desespero...só mãe sabe o que é sofrer...seu pai te deu a vida...e etérea e intangível luz, eu gerei a madeira e para te consolar no colo, me disfarcei de cruz.

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