terça-feira, 17 de abril de 2012

Fígado de Prometeu




Como você ama? Eu amo como eu aprendi a amar. Sempre achei que não. Me julguei peculiar. Mas eu amo, exatamente como fui ensinada.

Por que? Por que a MINHA maneira de amar eu desconheço, ela se encontra perdida, afogada e escondida...e bóia em fragmentos dos meus sonhos, que eu, como pescadora “amadora”, tento fisgar...no que antes era um riacho, que se tornou um rio, hoje uma praia, amanhã quem sabe um dos oceanos, o oceano de idéias e pessoas que eu realmente sou.

Nesta minha praia, amor sequer tem nome. Pois fora desta praia, e ele veio exatamente de fora, programado e determinado, sequer comparável a qualquer elemento espontâneo da natureza. Eu, talvez todos nós, tenhamos aprendido a amar, como quem aprende a montar um objeto, que é encomendado, chega rotulado e com manual...sempre com defeito de fábrica ou garantia. Ele é bonito ou feio, grande ou pequeno, barato ou caro. Um produto. Finito.

Não, nos meus mergulhos eu sinto que ele não tem fim, forma ou valor. E quando acordo, sinto que erramos, e erramos muito, justamente por termos aprendido que ele é resultado de uma ciência exata. Ele é inexato. Ele é inexorável? Não...é flexível!Indestrutível? Não, ele não pode ser destruído, pode ser abalado, transformado e reconstruído, é um fígado de Prometeu.

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