terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Escrava da condição




Podem me olhar como uma completa perdida...não é assim que eu me vejo, nada influência o juízo de quem consegue mirar sua verdadeira face no espelho. 

Essa é a paixão mais avassaladora que uma pessoa pode conquistar, paixão quase mortal, nenhum homem te convence a abandonar. Coitado de ti que capturou parte satisfatória do teu self. Esse espaço antes abandonado se torna sua fortaleza ao ponto que, se torna difícil estar do lado de fora.

Os homens ignoram a diferença entre escolha e condição.Banalizamos a condição, aos estados da biologia, ao perfil de sua etnia...e todo, todo o resto...o não tangível e não fotografado da alma, entendem como escolha. Quanta superficialidade... quanta descrença e materialidade. Por que não foi criado um espelho com o dom de refletir todas as verdades? Simples, a alma possui olhos mas não é cega.

A minha condição é de mulher, sou branca e não tenho a escolha de optar pelo tempero acanelado em meu corpo, tanto gostaria de ter esse tom. Erika! Para de escrever, não há como, não há...escolha...são armadilhas da CONDIÇÃO da minha alma...por favor...olha pra mim: Não estão vendo encrustado em minhas costas esse dom? Eu vejo! Eu sinto! Não há pra mim...como respirar sem letras...não há...Olha a minha imagem no espelho...

Imploro aos que dizem me amar, que me aceitem como eu sou: as minhas ancas são repletas de verbos, meus seios amamentam bebês...é com leite de letrinhas, sim! Eles vão crescer vitaminados pela minha mais pura essência...

Mãe..lembra dos meus cabelos quando ele eram ralos e sequer existiam...olha no rosto da sua filha...eles são sonetos, versos, cantos, eles dançam mãe...minhas lágrimas, ai minhas lágrimas resguardam as dores quase esquecidas das tragédias gregas...pelo sangue de minha avó...Homero chegou até a mim, clama por minha Odisséia...a cada pulsar do meu coração eu o sinto: HERÓI, herói, HERÓI, herói...

Eu sei...não há como ver...o quanto o filho que só sabe estar no meu colo quando eu penso em palavras que são apenas minhas, apenas minhas e de mais ninguém, ele some quando os vê chegar

Vão tentar te convencer...que esse amor é platônico inconveniente anormal, mas o tesão que você tem por si mesmo, por adjetivos que são a SUA CONDIÇÃO, é o único que é real, a tua capacidade de ser uma bíblia dos seus próprios códigos, realmente te permit ser normal...isso não me assusta, e hoje saboreio cada recôndito de minhas curvas com sendo uma heroína em ascenção...as alimento com pedaços de alma dos filhos que pari, dos homens que eu amei.

Se sou forte, devo o mérito aos pedaços de macho que a tal CONDIÇÃO deglutiu, características de fêmeas que ela não pode , não quis engolir, não não falo de seus corpos, mas de seus modos e adjetivos tesos, coragens eretas, emoções insensatas...

É estranho ter que pedir desculpas por amar como ninguém concebe...é perturbador se relacionar com os sentimentos e os sonhos, como o que há de mais concreto. Todas as minhas linhas, símbolos, folhas, tintas, canetas...SEMPRE GRITARAM O QUE É O AMOR, não me culpem se pra vocês ele é escolha, vou repetir que o que pra você é invisível, pra mim é a única prisão prazerosa: Lamento se você são normais por que obedecem rigorosamente à todos os homens, que te cabe é sempre a rendição...Não consigo me importar com eles, minha megera, domadora, amarra e capataz é atende pelo nome de CONDIÇÃO.