Pina Bausch na ilustração
Pra mim, o "IDIOMA" ao mesmo tempo que teve a pretensão de libertar o homem, se tornou nosso principal carrasco.
Somos por ele obrigados a mensurar em códigos verbais, sentimentos que possivelmente, nenhuma palavra existente é capaz de expressar. E temos que...somos obrigados a aprisionar e colocar em balanças, o que era pra ser livre, sentimentos que nada de concreto tem dignidade de representar.
Sim...nada concreto, nada que tenhamos nós mesmos, homens, criado... na pretensão de nossa racionalidade, é capaz de reunir tudo o que limitamos sob o substantivo amor...talvez ele permaneça incólume, inteiro, na aura dos bichos...das plantas, e quem sabe até nas pedras, nos mares, ele esteja menos corrompido, do que ele se encontra em nós, humanos.
Será que não é clara a ignorância, do que permitimos que nossas balanças e juízos nos fizessem? Céus!! Nós não passamos de operários dos sentimentos, não nos enxergamos aprisionados à rotinas automáticas e diárias, de operários de nós mesmos que somos...embalando, apertando, encaixando, medindo, descartando ou colocando nas prateleiras, à venda.
Sim, eu devo ser louca e queria pedir a ajuda de um surdo mudo, que sabe o quanto a linguagem das libras o oprime, para colocarmos em uma escala, pois é só nisso que somos especialistas...o quanto os idiomas falados, são mais amplos que as libras, e o quanto o universo sentido, é calado por não haver palavras, gestos, imagens grandes, ao ponto de poder representar o amor.
EU Me recuso humildemente a falar sobre "Ele"... que chamam de "amor", não vou manter ele prisioneiro nas minhas limitações!
Vou tentar apenas libertá-lo na minha alma.... palavras, gestos, imagens... código algum, limitado por nós humanos, tem a capacidade de o representar, isso é privilégio dos artistas.
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