quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Equilíbrio Urbano





Lembro como se fosse hoje, éramos 4 casais, desses bem arquetípicos, eu poderia encomendar uma caricatura de cada um, inclusive de mim mesma. Pessoas interioranas não correspondem mais ao conceito de moradores de uma cidade afastada, mas na intensidade do sentido raso, vazio, sem atrativos. Hoje em dia, cidades interioranas são aquelas geridas por mentes encarquilhadas...e é o que mais existe.

Os elementos misturados nessa receita morna e sem graça, são as pessoas, os prédios, bares, ruas...praças, o maquinismo do pipoqueiro, o excesso de políticos com parentes empregados, tristeza de palhaços e morte de artistas...Chegar num lugar desses é comparável a ser um leite bem quente, derramado em um café gelado onde nele bóiam pessoas, arquiteturas e modos, todos no mais "perfeito" equilíbrio...assim é compreensível o fato, de que "equilíbrio" é substantivo comum, que pode vir acompanhado de adjetivos uniformes, biformes, pejorativos, iguais, absolutos, nunca perfeitos.

O oposto disso também é verdadeiro, o que houver de mais volume em uma cidade, comanda a temperatura, influencia e modifica, liberta ou condena, essa leitura não está apenas nas vozes que podemos ouvir...pois ela começou com os primeiros desterramentos, aberturas de trilhas, colocação dos primeiros paralelepidos que são ancestrais dos museus e arranha-céus do sistema quase biológico, que é uma cidade...

E os casais? Esqueci dos casais!

Eu ia desenvolver suas histórias, perdi a vontade! Não são os únicos  e nem possuem  independência, são apenas coadjuvantes tanto no mundo, quanto no filme estreito de suas verdades.

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