Acordei olhando nos olhos da minha LIBERDADE, suas pálpebras estavam inchadas e vermelhas, seus ombros caíram...sua cabeça inclinou, seu corpo tombou com a face colada ao chão.
Como ela soluçou...tentei a deixar calma, mas quanto mais eu falava, mais a LIBERDADE se desesperava...se ajoelhou e pediu clemência...perguntei a quem, eu só perguntei...a quem.
Ela não quer mais olhar em minha direção...só se levantou indignada e virou de costas, eu falo e a cretina não me responde...mas eu só quero saber qual foi o mal que eu a fiz.
O que eu fiz porra??
Muito difícil mesmo é lidar com as mulheres, e eu nem sou um homem pra ela me tratar como seu marido. Vê? Disse que não vai mais abrir as suas pernas pra mim...o que, mas o que eu poderia querer no meio das pernas da Liberdade?
Porra, eu achei o que a LIBERDADE tinha de mais valor, eram as asas...essas malditas asas que eu sempre me refiro...e olha que é só falo sempre em asas por causa dessa cachorra.
Pausa...
Ela me sacudiu pelos ombros e disse que nunca, nunca teve asas...não estou entendendo absolutamente nada...quem ia imaginar uma coisa dessas? Liberdade sem asas...que coisa mais surreal...
E pra que essa puta me abriu as pernas?
Acho que vou precisar de ajuda...ela está se contorcendo em dores, o que eu faço? Calma...respira...o suor está escorrendo em seu rosto, grunhe feito um bicho, socorro, não sei o que fazer...
Respira...
Mas o que é isso? Uma cabeça apontou...está saindo entre suas pernas, calma, vou puxar, vou tentar te ajudar...força, força...
Lindo...olha como ele chora...Ela!! É menina!! Linda...
Toma LIBERDADE, segura sua filha...
Ué...sumiu.
LIBERDADE, cadê você!!!!!!
É muito estranha a relação com nossos sentimentos, não é mesmo? Parece que não somos nós, são eles que adoecem, talvez como nós mesmos, eles precisem nascer e morrer, nascer e morrer.
Tsc...deixa eu ir...aquela velha encarquilhada de pernas abertas se foi.
E eu tenho uma recém nascida com asas pra alimentar...
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