Esse ano eu peço pausa pros meus amores: EU QUERO EXISTIR. Pois descobri que não existo, um amigo chamado Sartre me ensinou, me contando que "A existência precede a essência".
Se não o fiz antes...mea culpa, será mesmo que a culpa é minha? Essa culpa é de todos e de ninguém amo mesmo tempo, por que não temos a capacidade de enxergar que somos todos, todos aqui presentes somos interligados, assim como o nosso mundo de hoje, EXISTE em função de nossos antepassados.
O futuro está sempre sendo construído quando se é generoso com o presente, então, paradoxalmente, construir o hoje, o aqui e agora é a maneira mais consistente de já se estar construindo um futuro...então pra que fazer metas longas? Pra que tentar prever como o mundo estará daqui a cem anos? Pois viver em sua essência é a única forma de atingir um futuro saudável, e isso é feito muito naturalmente em uma sociedade que abre as portas pra expressão.
Leonardo, Julio Verne, Van Gogh e vários outros, não foram simples precursores ou profetas, eles foram construtores do futuro, que é o hoje que aqui estamos.
O tapete vermelho deveria ser estendido pra expressão e pra todos aqueles através dos quais ela se manifesta, a tecnologia não constrói mundos, apenas ilustra uma história, que quem a escreve são os artistas e os pensadores como um todo. Portanto um mundo que não valoriza criadores, é um mundo que tem uma aparente fachada de desenvolvimento, tão aparente que é sujeita ao caos repentino, e é essa a nossa verdade atual.
Quando não são as mentes criadoras de arte que impulsionam o mundo, o que o impulsiona são os "falsos profetas"...entenda-se como profetas, os usurpadores de essências, os aproveitadores de desgraças, sangue sugas tanto da Terra, quanto dos homens.
A palavra "profeta", vem de "propheteie", que são homens que transmitem mensagens, ou que "proferem" verdades ou mentiras. Os profetas reais, são os filósofos, pintores, escultores, escritores...são eles quem escrevem melhor sobre os mundos.
A eles deveríamos ouvir e dar espaço, são eles que mantiveram seus canais abertos, e tem a clareza, objetividade e principalmente CORAGEM pra fazer tudo que não foi feito, falar o que não foi dito, construir o que não foi construído, pois enxergam fora dos limites da maioria das pessoas.
A loucura faz falta pras sociedades, é necessário pessoas que não sigam regras, pra possibilitar a quebra do ultrapassado. O que muda o Status Quo de uma sociedade, não é o dinheiro ou nada, absolutamente nada material da sociedade.
Esse é o papel da arte e dos artistas, ou quem sabe dos loucos: Fazer as pessoas engolirem as exceções de suas próprias regras, arrancar antolhos, deflorar emoções, servir de espelho para as energias soterradas que existem em todos os indivíduos, como se fosse um grito:
Sai pra fora! Abre seus olhos! Cadê a sua essência seu cretino! Você não existe! O que você está fazendo aqui? Pra onde você vai? Por que?
"Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"
trecho de "Cântico Negro" de José Lins do Rego.
Te desejo em 2013: TENDES A TUA LOUCURA...
...e que só ela me guie nos meus próximos anos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário