quinta-feira, 14 de junho de 2012

A maior das sensações




Dedos e contatos...entrega da nuca como alimento, profundo esquecimento da humanidade. Bicho. E o chão parece agora de pedras e folhas e beira de lagos ou rios. Ventos e chuvas...reproduzir não pela reprodução.

Prazer que traz lembrança da fome, sede, frio saciados...amnésia de toda racionalidade, soterrada pelo único sentir com sentido. Dessa sensação devem ter nascido os vampiros, zumbis e lobisomens, materialização da sensação que não permite racionalizar. 

Descrever um crescente sopro interno¿Ser invadida pelo fogo no inverno, pelo gelo no verão. Ancas como um farto caldeirão.

De certo ele o causador único de todo o caos implantado¿ Pressuposto da multiplicação e da divisão...único motivo para o crescimento da nossa civilização.

Estava na caixa escondida de Pandora, no ápice dos livros intelectuais, misturado ao grão assado na hóstia paroquial, liberdade da semente simples, do reprodutor mais banal, lacre das Marias, perjúrio dos padres, nosso laço animal.

Vendaval! Fugir do corpo nele estando, estar na alma e dela fugindo. Curar ferindo, ferir curando, instrumento rasgando.

São segundos. Se fossem horas não desceríamos das árvores, não pensaríamos, não inventaríamos ferramentas e nem dizimaríamos os mastodontes ou os Neandertais, se fossem horas não quereríamos nada! Nada a mais...

Sensação que o sagrado precisa profanar...talvez por que ela esteja espremida entre a criação e o criador. Ou quem sabe a mais pura intangibilidade... o único impossível descrever, animalidade disfarçada de amor.

Alguns dizem que é essa a sensação da morte...será¿ Isso justificaria corpos rijos e olhos arregalados, rostos empalecidos e bocas arroxeadas. Justificaria até a reencarnação! Vamos então  descer de novo e até provocar a inanição.