Eu sempre me perdi entre todos os elementos, e quando eu era
para ser calmaria eu fui vento...de tantos mares, tantas águas que eram para
ser regulares como os rios, fui tsunamis...e fiz parte deles nos meus sonhos,
sendo tragada, tragada...e para me salvar fui subindo, subindo nas
ondas...tanto, que o descer poderia ser fatal.
O fogo sempre me salvou, chegando em lentos relâmpagos em
advertência para as tempestades que chegariam, ele não me trouxe a paz mas me
acendeu sempre a luz, a antecipada luz que permitia, nos momentos em que a onda
estava láaaaa em cimaaaaaa, olhar tudo com clareza...a clareza do ar que me
traga desse maremoto imaginário, e me permite sobre ele pairar, e ver tudo de
cima...o ar me contou que das vezes que ele foi vendaval, foram minhas emoções
que o fizeram, ele agora calmo, me aconselha a fazer uma amizade com a terra, a
fugidia terra...o ar repetiu o sussurro da terra: Erika...você vai conseguir
ficar aqui se fizer as pazes com o mar...
De nada me resta senão me queimar no fogo...se eu não
conseguir apaziguar meu pensamento, minha razão e meu mar emoção...que são
imensas e confusas dentro de mim...
Esse fogo intuitivo que sempre me falou e eu muitas vezes
não ouvi, ele me faz sentir com um simples arrepio, que eu não tenho saída.
Nada me resta senão o aprender a trafegar...a navegar, caminhar, voar....
Quem não navega em paz é tragado. Pelas suas oposições, pelo
seu desequilíbrio, pelas enormes forças que você possui, mas a transforma em
demônios... sendo elas o seu único anjo... seu único condutor.
Olhe para dentro. Sinta a sua força e escute seus sonhos,
neles estão o que você se recusa a ouvir, e o que você precisa para crescer.
Não, não evite terremotos, maremotos, tsunamis, vendavais,
grandes fogueiras, pois são elas que te trazem a intensidade da vida...mas
deixe essas naturezas fazerem as pazes, para que você não se aproxime de um
momento em que só uma dessas forças te trague, use-as para te salvar...para te
ajudar a circular, a ir...e a voltar...
Mas nunca se conforme em estar parado, nem sob a terra,
boiando sob o mar... sufocado pela falta de ar ou sem o fogo de suas intuições.
Está dentro de você, e não fora, as armas para suas
revoluções...ouça...
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