sábado, 16 de junho de 2012

Eu comigo mesma



E assim eu me sinto hoje: Mais falange do que legião, eureca! No  meu inferno, Hades não me deixa em solidão! Depois de pagar Caronte e enganar Cérbero, me sinto e me vejo da cabeça aos pés, matando todos os “quem me dera”, parindo todo meu proibido e me transformando em uma imensa e monstruosa quimera...

Eu consegui, eu sou a esfinge por mim mesma decifrada! E mesmo assim fiz questão de ser  devorada... pois eu tenho em mim o Édipo que matou o seu pai na estrada, e a árvore que pelos seus pés o pendurou, sou também sua filha que o acompanhou cego, e em Tártaro me deixou...Só estive de passagem pelos Campos Elísios, onde os titãs me mantiveram em hospedagem, em acordos torpes para garantir minha viagem.

Filha das três fúrias: Tisífone, Megera e Alecto, e da medusa: A amante castigada de Poseidon, e semi-deusas e deusas inferiores, que escondidas de Nicéia, vieram parar neste país sincretizado pelo carnaval, e com todos os orixás homens, se regalaram..

E nasci eu! Cobra criada, megera domada, Perséfone encarnada, alma orgulhosamente degenerada! Enfim sós...

Frankstein moça...que tapou tooodos os seus buracos, com matéria da minha mutilação, restos materializados da minha humilhação! Criação! Inteira e irresponsável única, pelas batidas do meu coração.

Dentro de mim, eu sou até o meu homem, animado e me animando, me abraçando pelas costas (encochando), me orientando, voando...todos os meus sentidos e vontade, bolinando, acariciando. Sim, tudo sou eu! Tudo eeeeeeu!!

Sim, redundância...dança pagã e perverso sexo, com meus “eus” desde a infância, no meu interior  minhas matrioskas vibram, e me fazem cócegas para me mostrar quem eu sou!E acho que descobri!

Putz, a mais de dentro grita: Se achou nem fudendo! Terá sempre várias loucas de você partindo, e milhares de deusas novas, nascendo.


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