Chega um momento, em que só te resta ser, aquilo que você
fala.
Todas as coisas que você tentou possuir, conseguindo ou não,
ficou claro que não é seu, e que nada, absolutamente nada tem comprovada
eternidade.
Seus valores são tão particulares, que não estão em todos os
lugares do tempo e do espaço, então, você acha que eles, ou não eram para
existir, ou que não tem devido valor, visto que não correspondem "a
maioria", pena...essa poderia ser a coisa que faria com que as pessoas te
olhassem com estranheza.
Ignorantes que somos, interpretamos "o olhar de estranheza",
como a espada que aponta nossas diferenças ou loucuras, ao invés de enxergarmos
nestes olhos, a luz de quem fita a verdade, ou o excepcional pela primeira vez.
Há uma parte sua, que existia quando você nasceu, e que foi
morrendo enquanto você acreditava viver. É a parte que te ajudaria a aprender
que precisamos desaprender para pensar, que precisamos fazer parte não fazendo,
que nenhuma escolha é compulsória.
Só a palavra que é exclusivamente sua reverbera, mesmo quando ninguém a ouve, pois só ela declara a
legitimidade da sua existência. Esteja você no meio de um deserto gritando ou pensando, ou seja ela declamada a uma multidão...sua palavra digna não ouvida e seu
pensamento, pode construir mais que suas mentiras públicas, essas não são novidade pra ninguém. A sensação de aceitação que você tem ao gritar a palavra alheia, é semelhante ao que o macaco sente, ao ser aceito em um grupo.
Nada vai suplantar o final que já conhecemos, é por esse
final mórbido que você crê que só te basta sugar a vida até a última gota¿
Sinto muito, você é pequeno e por isso está vivo. Sente-se e aguarde essa enorme baleia morte chegar, de preferência com um atiçador para ela vir mais rápido... Sua outra opção é sair do cais, e fazer a diferença enquanto ela não chega.
Saia desse cais e perceba que no deserto, na folha em branco, pode repousar a
crença em si mesmo, a que ninguém te ensinou, que surgiu do seu próprio nada...as suas
notas musicais rompendo o silêncio, isso te parece
pequeno¿
Justo, essa minoria é você. Retirando todas as idéias dos
outros, essa fagulha aparentemente sem significado, essa coisa aparentemente
pequena, era o que seria seu diferencial, é o que seria você, é a sua simples
oportunidade de criar seu universo particular... uma força mais ou menos assim,
com poucos elementos, criou o universo em expansão, mas o homem não gosta de começar
por baixo, não é mesmo¿
Nenhum comentário:
Postar um comentário