sexta-feira, 1 de junho de 2012

Be on the surface




Brinquemos sempre na beira do mar, onde todos estão e compartilham das mesmas realidades... Quando eu tinha 6 anos, eu me afoguei, vi um raio de uma latinha e fui atrás dela, só me lembro da visão do sol por debaixo d’água, quando a onda vinha e me levava mais para baixo, e do medo estúpido de um tubarão comer meu pé...obviamente, como estou aqui lhes escrevendo: fui salva, mas, isso é verdade e julguem como quiserem: passei alguns meses, que todas as vezes que eu entrava no banho, eu ouvia gritos e vozes, não quero explicar isso, pois eu mesma ainda não cheguei a uma conclusão, e minhas suspeitas estão longe de serem reais.

Mas, no decorrer da minha vida, me dispus a fazer alguns outros mergulhos, esses sim em minha alma, que confesso: não sei se consigo me encarar. Pois, com certeza vos digo: o quão mais profundo é o mergulho na tentativa do auto-conhecimento, mais difícil é retornar para a realidade.

Para conviver, é triste, mas deixamos de existir...e todas as regras que nos introjetam desde a infância, fazem com que nossa existência deixe transparecer apenas o dedo mindinho de quem realmente somos.

Sim, fique na superfície, só ele te protege de você mesmo. Olhar a lagoa do lado raso é sempre mais seguro, nela você reconhece tudo que está a sua volta.

Não, nunca mergulhe em sua alma, ela foi feita e está escondida nas suas próprias profundezas, justamente por que você não tem o poder de sustentá-la, ou quem sabe suportá-la.

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