sábado, 19 de janeiro de 2013

Ao Rei Salomão




Não, eu não quero dividir pessoas ao meio...e nisso me lembro do quanto eu mesma, me permiti ser fracionada em diversos pedaços do que eu não sou, e nunca serei.

É abominável a pressão de nos cobrar "partidos", por isso, somos partidos, por isso vivemos em guetos, aceitamos esse esquartejamento da alma, quais fôssemos o bebê protegido de Salomão.

E só as mães sabem, que filhos tem que ser amados na mesma potência, assim como as mães também aprendem que não é o fato de um filho assumir o "ideal de perfeição", que vai livrá-lo dos males que a vida o vai presentear.

Só as mães que têm dois filhos, sejam "diferentes ou iguais", "brancos ou negros", "intelectuais ou apenas sensíveis", "normais ou anormais", "inteligentes ou pouco favorecidas intelectualmente"...sabem que favorecer a um dos seus filhos, por pesar as dificuldades destes, é serrar o bebê de Salomão...

Só quem gerou pela própria barriga, as oposições, o ying e o yang... entendem que todos são realmente diferentes uns dos outros, mas não há justiça, medicina ou psicologia no mundo, que disseque ou que compreenda, o que essa mãe consegue sentir: Apesar de diferentes uns dos outros, não tenha a pretensão de descrer em nossas igualdades.

Toda dor deve ser respeitada, seres humanos não podem ser medidos e transformados em camisas de times. O mundo de hoje, é um bebê de Salomão, espalhado pelo nosso mundo, estraçalhado em milhões de partículas quânticas, pelos desamores do nosso passado e presente. Mas, com uma simples dúvida:

Obrigada vida, por eu ter parido os opostos...mas meu útero não é campo de futebol ou quadra de time... 

Existe algum rei pra defender a eles, dos males causados por essa mutilação? 

Se existe, prefiro não ter que contar com a sua justiça, mas sim fazer sempre o que o meu amor pelas pessoas me faz compreender: Amar é criar condições pra que o ser humano possa ser inteiro.

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