sexta-feira, 6 de julho de 2012

O feijão e o Sonho




É verdade, é preciso comer, por isso, trabalhar é necessário. Mas nem sempre o destino nos conduz a ganhar o feijão, com os nossos sonhos.

Somos por isso, uma civilização de alma faminta, pois só quem a alimenta são os sonhos...vivemos então com a alma esquálida e o corpo bem alimentado...

O que produzem seres de almas esquálidas, senão restos da própria matéria cultuada? 

O que produzem as almas fartas e repletas de sonhos verdadeiros, se seus corpos sentem fome? Onde está então a verdadeira vida? 

Mais fácil encontrar a verdade, naqueles que passam fome, naqueles que a matéria humilhada e é arrastada por forças nobres e invisíveis, tentando arar em vão, seus restos pelo terreno árido que é a vida.

Grito aos que vivem apenas pelo feijão, que suas idéias proliferam como massas estomacais, com destino único, rumo ao intestino...imploro a estes pobres que NÃO se vêem famintos, que acordem, e sonhem...que dêem uma martelada em suas razões, que se sintam responsáveis por reconstruir as paisagens lúdicas...adormecidas naqueles que morrem e vivem, pelas paixões.

Imploro aqui às almas famintas, esquálidas, que entendem e se sintam nobres...e quem sabe se estará mais nesses, que nos outros, todas as soluções?

Você então, que transformou seus sonhos em sua sustentação...parabéns, seja congratulado, mas saiba que isso te faz mais responsável, tanto pela miséria quanto a soberba que mora ao lado.

Nenhum comentário: