sexta-feira, 13 de julho de 2012

Bichos, homem e bestas




Fui obrigada a calçar um peep toe, quando minha vontade é viver descalça, de preferência pisando em areia. Ainda por cima com tailleur preto...quase um enterro, senão do meu corpo, da minha alma que gosta é de se sentir nua.

Mas tudo bem, eu fui...mas ninguém vê as coisas como eu vejo? Não? Eu me sinto um bicho...e ando pelas ruas a espreitar os animais vestidos, pintados, mascarados...acho graça, mas sigo.

Eles vêem lojas e eu sinto cheiros, dirigem carros e trafego com a velocidade da luz dos meus desejos. Aprendem, sinto...se alimentam, devoro...respiram, sugo...amam, procrio.

Não, eu não deixo de aprender por que sou um bicho, enquanto pensam e pensam, sentados em suas cadeiras ambicionando por cadeiras e deglutindo com poucas mastigações, pensamentos de filósofos...o meu faro me leva até eles, meus instintos sabem que minha defesa, é crescer...e eu cresço!

Mas cresço de uma forma que a soberba não pode me enchergar ou me atingir, pois aos olhos dela, eu sou pequena. Deixe estar, que me vejam pequena como um inseto.

Na minha pequenês vou trilhar caminhos desconhecidos até pelos profetas, ali...difarçada do nada, pois pouco me importa...frase repetitiva em meus sussuros: POUCO ME IMPORTA...

Entre os homens eu caminho de cabeça ereta, ciente que só essa postura me difere dos animais. Entre os homens, eu penso como eles...agora sentir como eu sinto? Eu ando pelas ruas vendo que homens, que pensam e não sentem estão abaixo de tudo, passarão de bestas? Jamais...

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