terça-feira, 31 de julho de 2012

As Bêbadas Escritoras



Me silencio e ouço uma música...sentir dor ajuda, vou me recolhendo a mim aos poucos, e o quanto mais me adentro, melhor me sinto...

...Surge uma sensação de embriaguês sem com que eu tenha bebido, de prazer sem com que eu tenha fudido, de rir e chorar concomitantemente, então cheguei, se subi ou desci? Aparentemente é um porão jardim...recanto recôndito de mim.

Apenas meus dedos ficam ligados transcrevendo em letras despreocupadas, a paisagem que vou percorrendo, foda-se se estou arrumando o desorganizando...estou apenas ali...me namorando, me amando, me perdendo e me encontrando.

Me sinto curiosamente anestesiada, me sinto do mundo completamente desconectada...danço...e meus cabelos voam...e pego a garrafa cheia de confusões desconhecidas e derramo na taça que mata minha sede...absinto? Líquido brilhante, sumo do meu mundo delirante...

Desce, só pela minha garganta, queimando, ardendo e me anestesiando...e por aí vamos de porre seco, todas nós que somos eu, nos embebedando...

Todas esses meus eus particulares, sabem que quando escrevo, precisam estar em um verdadeiro bacanal, até as mais sérias precisam se soltar, as de mim que são tímidas, são as que nesse momento, mais e mais, tem a gritar...provavelmente são essas silenciosas que vão mais copular.

Quando a concentração se esvai...a sensação permanece por um tempo, elas sentem ressaca...dormem e acordam, voltando cada uma pro seu lugar, nunca igual a antes...elas estão crescendo, me movendo, seus espaços decorando, quebrando coisas ruins, fazendo coisas boas...Loucas e embriagadas gritam pra eu escrever, se organizam na luz do dia, caladas em mim, pra eu sobreviver...


Um comentário:

Anônimo disse...
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