sexta-feira, 25 de maio de 2012

Natureza Morta



Recebemos  dois presentes, um  que  liberta e um consome...um são os pensamentos, que se sentem pássaros rodopiantes, outro é onde eles pousam:  o corpo,  essa gaiola penitente.

Dizem que um maravilhoso mestre dos céus, trouxe a vida de presente...esse breve espaço onde mesmo estando, nos sentimos ausentes..

Não somos dignos  de pairar revoadas, acompanhar manadas, estar em terras povoadas...empatizamos com a célula ainda não animada, protozoários inertes, átomos rodopiantes,  buracos negros, vórtex errantes. Pensamos  tanto que nos  identificamos com irracionais “impensantes”.

Eu só sei que não sei da nada, pois pouco me importa todo movimento dessas terras sob as pessoas paradas, diz-se por aí, que nossos restos ficam nessa base de crostas como covas, sendo elas inertes depósitos mortos  de nossos restos.

Não! Isso eu sei! Somos nós tanto o resto quanto a cova! O martírio e  o sepulcro, o enterro da natureza,  somos o cemitério da energia que se estagnou, crentes que somos os responsáveis pelo Universo que se expandiu. Somos apenas a matéria que não vingou.

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