quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ensaios



Norman começa a agir de acordo com o que considera ser “sua principal iniciativa”, aquelas que cessariam todos os problemas: parar de fumar maconha, e ser monogâmico.
O seu egocentrismo, e talvez ignorância, não o permitiu a contemplação de um conflito como um todo: passado, presente, futuro, culturas, complexos de dois seres.
Paro por aqui a minha explanação sobre o capítulo (Ensaios de Sobrevivência – Daryl Sharp) para falar o que eu senti. Senti que não sabemos o que é amor. Damos esse nome a uma projeção de nem sabemos o que. Não refletimos e não temos cultura interior. Somos simplistas e superficiais.
Procuramos o casamento pela nossa cultura, e nossa cultura nos faz acreditar que a função do casamento e de nos completar e nos sentirmos “inteiros”, e como ser inteiro se grande parte de nosso potencial está resguardado em uma grande caixa de ferro, cujo apenas os sonhos e as neuroses têm poder de abrir, e nesse sentido, a frustração é constante, por ser impossível a associação de dois elementos infinitamente mais complexos do que simples enzimas, o que prova, que acima de tudo e em contraponto com nosso egocentrismo, gritamos com pequenas atitudes: somos simples e banais! Na cegueira total de que todo universo exterior, é uma projeção do nosso interior. O simples exercício é amar até o que não é nossa projeção. Creio que isso só é possível, quando nos conhecemos profundamente, dissecamos nossas forças, medos, complexos e prazeres como um todo, para que nosso ego não aja como um simples espelho, que só quer refletir o que temos por dentro.
Lembro que no fim do meu primeiro casamento, um sonho me encorajou a me separar, chegando a me dar uma sensação física de liberdade, sonhei que um “Padre”, cortava uma corda que me amarrava a ele, e lembro que senti isso fisicamente, sorrindo como se estivesse voando.
Estou entendendo agora, o quanto nossas forças mentais cultuadas, nos arrastam para que sejamos seres simbióticos, e como, a pobre mente, se esforça, grita e até nos dá remédios para essa libertação.
Se o amor pode até vir a ser um problema, a cultura do conhecimento psíquico, pode ser uma libertação. Precisamos procriar. Precisamos nos unir, montar família. Como apagar toda história de vícios que nos levaram a crer que esse conjunto esdrúxulo de regras, chamado “Moral” é a única força que perpetua nossa espécie? Essa simbiose nos foi útil para manter o fogo, descobrir a roda, aquecer do frio, manter a caverna e suas atividades que eram regradas pela força física necessária (hoje inútil), evitar infecções e morte de uma fêmea grávida...hoje somos independentes. Fica a pergunta: Somos? Até que ponto? O que é ser inteiro?

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