quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Circo




Não há melhor analogia para a vida, do que a história do circo. Pois somos os leões enjaulados, macacos vestidos, palhaços desinibidos.  Truques mentirosos, que fingem ser magia, de ilusionistas completamente desiludidos.

E vai começar o espetáculo:  E olhem  para meu rosto pintado! Nele estão impressas dores, semelhantes à do filho de alguém da platéia, que sofre por não saber ser ator. 

No atirador de facas de olhos vendados, apresentamos as lástimas daqueles que se sentem cegos,  e angustiados habitantes de um mundo, que nada lhes restou, senão mirar alvos de idéias sem sentido...ou pessoas,  que representem tudo aquilo,  que não teve coragem de ser.

Entre no picadeiro e faça parte dos infortunados pensantes. Aqueles que acordam pela manhã, se indagando, por que estamos aqui, partamos para outro lugar...Nem a balarina, recebeu aquela educação brilhantemente motivadora, que nos repete a cada dia, que temos que aceitar a fórmula do sucesso.  Pois é... e as coisas que eu poderia capturar com as mãos, não fazem meus olhos brilhar. 

Certamente, meus insights estão longe de serem populares, são apenas flores particulares,  espetáculo mambembe ultrapassado, cujas raízes se estendem a terrenos que são só meus, fora do unânime. Eu sou as ideias rejeitadas, o exemplo a não ser seguido. O espelho do oprimido, a pintura do pintor louco, as palavras do verbo não proferido.

Sou invisível estando no meio da população...a palhaça que quando aprendeu a pensar, esqueceu o que é sorrir, pois carrego em minhas dores, as dores da multidão.  

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